A pandemia não está somente deteriorando a saúde mental das pessoas, como esse fator está refletindo na aparência física delas. Durante a quarentena, houve um aumento significante das doenças psico dermatológicas, e isso acontece porque o estado emocional, principalmente o estresse e ansiedade, são gatilhos importantes para desencadear doenças sistêmicas e dermatológicas.
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A dermatologista Isabela Leiva lembra que o estresse é apenas um fator desencadeador da maioria delas, e não a causa em si. “É preciso que exista uma pré determinação genética para determinada doença, como Virgílio, psoríase, dermatite atópicas, alopecia e o estresse, que funcionam como um importante desencadeador do quadro”, explica a doutora.
A dermato funcional Natália Ribeiro alerta como o estresse e ansiedade podem causar doenças de pele. “Quando uma pessoa está ansiosa, estressada ou deprimida, o nível de cortisol aumenta consideravelmente, desequilibrando todas as funções do nosso corpo, inclusive a pele. Este hormônio é responsável por ajudar o organismo a controlar esse estresse, reduzindo inflamações e contribuindo para o funcionamento do sistema, mantendo os níveis de açúcar no sangue constante, tal como a pressão arterial e outras funções”, explica a profissional.
No âmbito da estética, a Dra. Natália Ribeiro esclarece que em relação às manchas na pele, a maioria das queixas são sobre a acne. “As pessoas adquiriram mais cravos e espinhas, geralmente por conta das alterações hormonais ocasionadas pelo nível de estresse, quando há uma maior produção de óleo das glândulas sebáceas, provocando o surgimento da inflamação”, especifica Natália.
Há também o melasma, que apesar de ser uma condição crônica, o surgimento de manchas escuras na pele se agrava caso o paciente esteja com desequilíbrio hormonal.
Para tratar, a dermatologista Adriana Vilarinho explica que é preciso conferir se as manchas vermelhas e coceiras são realmente causadas pela ansiedade. “Podem ser usados hidratantes, com ou sem fatores anti-inflamatórios; cremes anti-inflamatórios com corticoide, quando indicados; sabonetes líquidos suaves e banhos mornos”, explica.
Além disso, a médica recomenda técnicas de meditação, atividades físicas e práticas de autoconhecimento visto que ajudam no controle da saúde mental e, em consequência, auxiliam no controle das alterações cutâneas.
É importante lembrar que a condição de pele, quando não tratada, pode evoluir para problemas mais graves, inclusive para outros órgãos do corpo. Seja ao nível de estética ou doença, é imprescindível que o paciente busque ajuda e faça o tratamento adequado com especialista. Caso a pessoa tenha alguma ocorrência de crise emocional que desencadeia irritações na pele, o ideal é procurar ajuda de um psicólogo para contribuir no diagnóstico e tratamento.
Consultoria: Dra. Natália Ribeiro, dermato funcional; Isabela Leiva, dermatologista e Adriana Vilarinho, dermatologista.
(Alto Astral)