O presidente Jair Bolsonaro inaugurou hoje (5) o Hospital de Campanha de Águas Lindas, em Goiás, cidade que fica no entorno do Distrito Federal, a 50 quilômetros da capital. A unidade vai atender exclusivamente casos suspeitos ou confirmados de covid-19. “A gente torce para que pouca gente venha para cá, sinal que não precisa de atendimento”, disse Bolsonaro.
A unidade foi construída pelo governo federal, ao custo de R$ 10 milhões. O governo de Goiás custeará insumos e equipes, e o Executivo federal será responsável pelo aluguel e a manutenção da estrutura física do hospital.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, destacou que as obras e melhorias que estão sendo feitas na área da saúde ficarão de forma definitiva para atender a população do estado, após a pandemia. “Hoje, temos condições de atender as pessoas em todos os quadrantes do estado de Goiás que amanhã sejam acometidos pelo coronavírus e amanhã terão a continuidade. Isso aqui não será uma obra temporária”, disse durante a cerimônia.
A unidade terá 200 leitos de internação, dos quais 190 de enfermaria e 10 de unidade de terapia intensiva (UTI), com rede de gás instalada. Essa rede, os geradores elétricos e camas foram adquiridos com recursos do Ministério da Saúde. Segundo a Secretaria de Saúde de Goiás, a estrutura permite ampliar o número de leitos de UTI conforme a necessidade.
Um total de 263 profissionais trabalharão no local, sendo 45 médicos, 85 enfermeiros e técnicos em enfermagem, 23 fisioterapeutas, além de farmacêuticos, psicólogos e nutricionistas.
A Secretaria de Saúde informou ainda que já enviou dez ventiladores pulmonares para a unidade, onde estão instalados monitores multiparamétricos para verificação dos sinais vitais dos pacientes graves. O hospital de campanha dispõe de tomógrafo computadorizado e laboratório clínico para a realização de exames.
O acordo de cooperação entre os governos federal e de Goiás, assinado em 22 de maio, prevê o funcionamento do hospital por quatro meses, podendo ser prorrogado.
De acordo com o boletim divulgado ontem (4) pela Secretaria de Saúde de Goiás, o estado tem 5.023 casos de covid-19 e 164 mortes causadas pela doença. Há ainda 27.115 casos suspeitos em investigação.
Em todo o país, já são 614.941 casos e 34.021 mortes pelo novo coronavírus.
Manifestações
Durante seu discurso, o presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar os atos organizados por manifestantes autodenominados antifascistas e contrários ao governo que estão marcados para o fim de semana. Para Bolsonaro, esses manifestantes são “grupos de marginais, terroristas querendo se movimentar para quebrar o Brasil”.
“Geralmente são marginais, terroristas, maconheiros, desocupados, que não sabem o que é economia, o que é trabalhar para ganhar o seu pão de cada dia e querem quebrar o Brasil em nome de uma democracia que nunca souberam o que é e nunca zelaram por ela”, disse.
Ainda segundo o presidente, a equipe de inteligência do governo federal não identificou grupos se movimentando para manifestações em Goiás, mas disse que, se houver, tem certeza que o governador Caiado vai tratá-los “com a dureza da lei que eles merecem”. E pediu para que manifestantes quem apoiam seu governo não compareçam às ruas.
“O outro lado, que luta pela democracia, que quer o governo funcionando, um Brasil melhor e preza pela sua liberdade, que não compareçam às ruas nesses dias, para que as forças de segurança, não só estaduais, bem como a nossa federal, façam seu devido trabalho se por ventura esses marginais extrapolem os limites da lei”, disse.
(Agência Brasil)