• 03/05/2024

Tiago Leifert e Daiana Garbin estão criando uma ONG com o objetivo de auxiliar crianças que enfrentam o mesmo desafio de saúde que sua filha

O casal de jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin está criando uma organização não governamental (ONG) com o objetivo de auxiliar pais de crianças que foram diagnosticadas ou estão com suspeita de retinoblastoma, um tipo de tumor ocular.

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A associação De Olho nos Olhinhos surge como uma extensão da campanha de mesmo nome, iniciada pelo casal no ano passado, com o intuito de conscientizar sobre essa doença.

A filha do casal, Lua, recebeu o diagnóstico de retinoblastoma em 2021, quando tinha apenas 11 meses. Na época, o câncer já estava em estágio avançado. Atualmente, a menina está bem, mas continua em tratamento.

O objetivo da campanha é alertar os pais sobre os sinais do tumor e de outras doenças oculares, possibilitando assim um diagnóstico precoce, o que contribuirá para o tratamento.

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A segunda edição da mobilização ocorrerá neste sábado (16) e domingo (17), em 36 cidades do Brasil.

A criação da ONG surge como consequência dessa ação. Segundo Leifert, após a realização da primeira edição da campanha, em 2022, eles receberam muitos pedidos de ajuda de famílias que receberam o diagnóstico de retinoblastoma, mas não conseguiam o tratamento adequado.

“Ainda é muito difícil levar as crianças a um centro de referência. Muitos pais ficam presos no processo de diagnóstico. Vão ao posto de saúde e não encontram um oftalmologista, ou só conseguem atendimento daqui a dois meses. Nessa dificuldade, pode ser tarde demais”, exemplifica ele.

Em alguns casos, a cidade onde a família reside não possui um centro especializado, sendo necessário encaminhá-la para outra cidade. A associação irá auxiliar nesse processo e até mesmo oferecer transporte, se necessário.

“Nossa ONG irá ajudar esses pais a obterem um diagnóstico mais rápido e terem acesso ao tratamento”, afirma Daiana.

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Eles também irão fornecer assistência jurídica em casos em que o plano de saúde se recusar a cobrir o tratamento quimioterápico, por exemplo.

“Não consigo aceitar saber que uma criança tem o mesmo diagnóstico que minha filha e não está recebendo o mesmo tratamento. Isso me destrói”, diz Leifert.

De acordo com o casal, o objetivo da associação é oferecer treinamento para profissionais de saúde identificarem o tumor, além de fornecer apoio psicológico aos pais. Outra meta é realizar pesquisas para descobrir as causas da doença e formas de prevenção.

“A cura da nossa filha não é suficiente. Queremos a cura de todas as crianças, pois essa doença tem cura. Basta que a criança chegue a tempo para o tratamento”, completa Daiana.

Ela ressalta que os pais e cuidadores devem ficar atentos a possíveis sinais do tumor, como reflexo branco no olho da criança, semelhante a um “olho de gato”, e estrabismo. Vermelhidão persistente ou qualquer outra anormalidade também devem ser comunicadas rapidamente a um médico especialista.

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“Mesmo na ausência de sintomas, é importante criar o hábito no Brasil de levar a criança ao oftalmologista pela primeira vez até um ano de idade”, diz ela.

O retinoblastoma afeta bebês e crianças de zero a cinco anos.

O casal afirma que Lua está bem atualmente, começou a frequentar a escola em agosto, mas continua sendo acompanhada por médicos.

“Essa é uma doença muito traiçoeira e perigosa. Não podemos relaxar. Não podemos achar que, por ter passado algumas semanas ou meses estáveis, essa estabilidade irá se manter. Essa doença muitas vezes retorna e assusta os pais. Ainda fazemos um acompanhamento rigoroso com a Lua”, diz Leifert.

 

Crédito: Danilo Borges

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