A cantora Simony revelou aos seus fãs na quarta-feira, 3, que está com um câncer no intestino e já mostrou detalhes da primeira sessão de quimioterapia. Em um vídeo publicado na ferramenta Stories do Instagram, ela aparece usando uma touca gelada para evitar a queda de cabelo durante o tratamento.
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“Ajuda 50% a não cair o cabelo, vai ajudar muito. É congelado, gente”, disse a cantora.
Como funciona a touca gelada?
A touca capilar térmica é um aparelho usado por pacientes que precisam passar por sessões de quimioterapia, mas que querem diminuir os efeitos colaterais que levam à queda dos fios.
“Ela funciona causando uma vasoconstrição, que nada mais é que uma redução do calibre dos vasos do couro cabeludo”, explica o oncologista clínico Elge Werneck.
Com isso, o fluxo sanguíneo diminui e o efeito da quimioterapia naquela região diminui. “Consequentemente, os riscos de queda de cabelo por ação direta dos folículos pilosos é menor”, completa.
Para tudo isso acontecer, é preciso que a touca sopre ar a -20ºC, o que pode não ser tão confortável para o paciente. É comum, inclusive, a manifestação de dores de cabeça. “Essa touca precisa ser iniciada uma hora antes de iniciar a quimioterapia e ser retirada uma hora depois”, explica o oncologista.
A touca gelada evita a queda dos fios?
Apesar da diminuição do fluxo sanguíneo no couro cabeludo, a eficácia da touca gelada varia de acordo com alguns fatores. Segundo o oncologista Elge Werneck, cabelos mais finos tendem a resistir menos, enquanto cabelos mais grossos têm mais chances de resistir.
“A taxa de sucesso varia de acordo com o paciente e com a droga que está sendo infundida”, resume.
Quem pode usar a touca gelada?
Infelizmente, nem todos os pacientes podem usar a touca gelada. Aqueles que estiverem tratando tumores hematológicos, como leucemia, linfomas e mioelomas não podem usar o aparelho, justamente por afetar vasos sanguíneos e a distribuição da quimioterapia pelo corpo.
Além disso, o aluguel desses aparelhos deve ser feito pelo próprio paciente, já que não é oferecido pelo Sistema Único de Saúde, nem pago pelos convênios médicos. O valor para o uso, segundo o especialista, pode variar entre R$ 300 e R$ 1 mil por sessão.