Na última quarta-feira (06), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), por votação unânime, aprovou um relatório que manteve a proibição, importação e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar no Brasil.
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A decisão sobre a proibição do cigarro eletrônico levou em consideração os impactos à saúde e a toxicidade desse tipo de produto. Mas, afinal, os pods e vapes são realmente mais perigosos do que o cigarro convencional?
Por não dependerem de combustão, eles até deixam de ofertar algumas substâncias nocivas para o organismo. Dependendo do fabricante e do modelo, não possuem nem a nicotina. Mas, outros problemas graves podem aparecer.
As substâncias liberadas pelo cigarro eletrônico até podem ser diferentes daquelas que o cigarro comum emite, mas, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), elas também podem provocar enfisema pulmonar, câncer e problemas do coração.
“Diferentemente do cigarro convencional, que demora às vezes 20 ou 30 anos para manifestar doenças no usuário, o cigarro eletrônico, que prometia segurança, foi capaz de matar jovens rapidamente” explica a Dra. Jaqueline Scholz, médica especialista da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) em ações contra o tabagismo.
Segundo a especialista, o cigarro eletrônico pode induzir o corpo a respostas inflamatórias perigosas. “Muitas vezes, quando a inflamação acontece na parede do endotélio, que recobre as artérias, ele pode ser lesionado e deflagrar eventos cardiovasculares agudos, como infarto e síndrome coronariana aguda”, diz.
“As substâncias presentes na fumaça do vape, se acumulam nas superfícies dos dentes e aderem ao esmalte, resultando no escurecimento da coloração que não sai na escovação. Isso tudo sem falar que a nicotina estimula a produção de melanina, que é responsável pelo surgimento das manchas escuras nas gengivas.” complementa a cirurgiã dentista e especialista em halitose, Dra. Bruna Conde.
Outras consequências graves que o cigarro eletrônico pode provocar, são as alterações neurológicas. Principalmente aqueles que possuem nicotina em sua fórmula. “O uso diário de cigarros eletrônicos baseados em cápsulas altera estados inflamatórios em vários órgãos do nosso organismo. Incluindo o cérebro, que ficará danificado ao querer recompensa com cigarros eletrônicos com várias substâncias aromatizantes agradáveis, associados a nicotina”, explica o Dr. Wanderley Cerqueira de Lima, neurocirurgião e neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
Portanto, a recomendação geral dos especialistas é de que o uso do cigarro eletrônico, ou convencional, seja desincentivado. Os riscos para a saúde geral do organismo são imensos e não existe nenhum tipo de benefício.