A auxiliar de serviços gerais Pedrolina Silva, 50 anos, vivia o melhor momento da vida. Há dois meses, havia pegado as chaves do seu apartamento próprio, no Paranoá Parquee, no final do ano passado, se formou em serviço social pela Universidade Católica de Brasília. Funcionária de uma farmácia em Taguatinga Norte, alimentava muitos outros sonhos, que acabaram interrompidos de forma brutal. Atacada e rendida no domingo (01/09/2019) em um ponto de ônibus da L4 Sul, Lina, como era carinhosamente chamada, foi encontrada morta por agentes da Polícia Civil em um matagal atrás do Centro Universitário (Unieuro) nesta terça-feira (03/09/2019).
Uma amiga e colega de trabalho de Pedrolina chorou ao lembrar da amiga. Claunice Telles, 49, havia combinado de buscar Pedrolina na parada entre 10h15 e 10h30. “Ela morava sozinha e acabava passando muitos fins de semana sem companhia. Eu a convidei para passar o dia comigo e minha família no clube e, como moro no Gama, marquei de buscá-la na L4 Sul”, contou.
Claunice diz que chegou ao local no horário combinado e não a viu. “Liguei três vezes e só dava caixa postal. Pensei que ela tivesse desistido de última hora e não conseguiu me avisar por falta de bateria”. Instantes antes, Pedrolina enviou áudio pelo WhatsApp para Claunice dizendo que havia chegado à parada.
Ao tomar conhecimento da morte da amiga, Claunice entrou em choque. “De certa forma, me sinto culpada, porque se eu não tivesse feito o convite, nada disso teria acontecido. Ela vivia o melhor momento, havia conquistado muitas coisas”, disse, emocionada. Pedrolina era separada e mãe de um homem de 30 anos, que é casado e mora em Ceilândia.
Corpo em matagal
A execução de Pedrolina ocorre no momento em que a cidade acompanha em choque os desdobramentos do caso do maníaco Marinésio Olinto, 41 anos, que confessou ter matado duas mulheres e é suspeito de ser o autor de outros homicídios.
No caso de Pedrolina, após as investigações, policiais tiveram acesso a imagens de câmeras de segurança que mostram um homem, às 9h43, correndo e subindo um barranco rumo ao ponto de ônibus onde ela estava. O criminoso agarra e imobiliza a auxiliar de serviços gerais. Ela ainda tenta resistir, mas é rendida. Na sequência, o suspeito a arrasta para um matagal.
O corpo de Pedrolina foi encontrado de bruços apenas de calcinha e uma camiseta listrada manchada de sangue. Ainda não há confirmação se houve violência sexual.
Celular rastreado
Na manhã desta terça-feira (03/09/2019), a cunhada de Pedronila procurou a 6ª DP para informar aos investigadores que havia conseguido rastrear o telefone dela. A localização indicava que o aparelho estava dentro do Lago Paranoá. De posse dessa informação, os agentes iniciaram as buscas na margem, onde localizaram a universitária sem vida e seminua.
Fonte: Metrópoles