Assim que o atual diretor do Departamento de Trânsito do DF, o advogado Zélio Maia assumiu o cargo em março de 2020, ele solicitou que todos os contratos e gastos da autarquia fossem revistos. Com isso, foram constatadas irregularidades e iniciou-se uma investigação interna e a Polícia Civil do DF foi acionada.
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A atitude de Zélio resultou na realizada na manhã desta terça (4) que prendeu três servidores do órgão, suspeitos de participar do esquema, e o proprietário da oficina que mais foi beneficiada com a fraude.
A suposta organização criminosa estava agindo desde 2018 e com a atuação da atual diretoria foi possível detectar o crime.
A fraude consistia na cotação de preços com valores acima dos praticados no mercado, cobrava-se por peças não trocadas e serviços não realizados, contando com a participação de representantes de oficinas mecânicas em conluio com os servidores do Detran, os quais atestavam a conformidade e autorizavam o pagamento.
Em pelo menos um destes, condicionando inclusive o pagamento às oficinas ao repasse de vantagens indevidas.
Uma perícia da PCDF revelou que a maioria das peças pagas não haviam sido trocadas. Em alguns casos foram incluídas nos orçamentos componentes que nem existiam em determinadas viaturas.
Os peritos também identificaram peças em avançado estado de desgaste, pondo em risco a vida dos servidores que utilizavam as viaturas em suas atividades cotidianas.
O Detran-DF divulgou nota explicando que a direção-geral substituiu a chefia da unidade investigada assim que se deparou com as irregularidades no contrato de manutenção dos veículos da autarquia.
De acordo com órgão de trânsito, já no primeiro mês após a troca da chefia se comprovou a fraude com a redução dos gastos de R$ 450 mil para cerca de R$ 130 mil.
Confira abaixo a nota do Detran-DF na íntegra:
Nota
(Brasília, 4/5/2021) Em relação à operação Recall, deflagrada nesta terça-feira (4), o Departamento de Trânsito do Distrito Federal informa que quando assumiu a direção do Detran-DF, em março/2020, a atual gestão adotou como primeira medida, a revisão de todos os contratos e gastos da Autarquia.
Ao se deparar com valores exorbitantes no contrato de manutenção veicular, a direção-geral demandou as autoridades competentes para que apurassem possíveis irregularidades praticadas nas gestões anteriores. Além disso, fez a imediata substituição da chefia da unidade, que se tratava de um cargo comissionado sem vínculo com o Departamento.
No primeiro mês, já ficou evidente a redução nos gastos: de R$450 mil, em média, para cerca de R$130 mil.
(Expressão Brasiliense)
Foto: Google Imagens