Quem for ao Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, prestar homenagens a parentes ou amigos falecidos, terá um desafio a mais: o trânsito da região, nesta manhã de sábado (02/11/2019), está intenso. A Polícia Militar controla a entrada do estacionamento em frente ao cemitério, que no meio da manhã já estava lotado. Por isso, as pessoas precisam procurar vagas em locais um pouco mais distantes para conseguir estacionar seus automóveis. Ainda assim, as visitas prosseguiam.
Há 13 anos, Iêda Aires, 63, vai ao cemitério fazer uma oração no Dia de Finados desde a morte do irmão. A aposentada não reclama da organização para o feriado, mas acredita que o cemitério deveria ser bem mais cuidado. “Deixa a desejar”, opinou.
Ela preferiu estacionar do lado de fora, para deixar as vagas dentro do local para quem precisa. “Foi fácil encontrar uma vaga”, afirmou, destacando que teve de percorrer certa distância a pé.
Ainda sobre a organização, Fernanda Barros, 34, acredita que trata-se de um problema crônico. “Tiveram anos muito mais difíceis”, afirmou a gerente de administração, que costuma visitar o túmulo de parentes no feriado.
“Aqui dentro que não está bom, porque estão fazendo obras”, conta. “Podiam ter feito o ano inteiro, mas deixaram para perto do dia de Finados”, destacou.
Túmulos de Roriz e JK
A Praça dos Pioneiros abriga o túmulo de figuras conhecidas na capital, como o ex-governador Joaquim Roriz e o ex-presidente Juscelino Kubitscheck. Elsa Alves, 71, disse que faz questão de visitá-los todos os anos no dia de Finados.
“Gostava muito do Roriz. Era um amor de gente”, afirmou. O carinho também se estende a Kubitscheck que, apesar de enterrado no memorial JK, tem um túmulo no cemitério da Asa Sul. “Agradeço muito a Juscelino”, contou. Na praça, está também o jazigo do engenheiro Bernardo Sayão.
Priscila Duarte, 38 anos, visitou o túmulo do avô, que faleceu há três meses. Ela e a avó, Geralda Duarte, 77, quiseram se certificar que o jazigo estava bem cuidado. “Memória a gente presta todos os dias”, destacou a enfermeira.
Segundo ela, o cemitério Campo da Esperança é muito grande para poucos funcionários cuidarem. “Eles não cuidam direito. É uma falta de respeito, um absurdo”, disse sobre o fogo que tomava conta de uma área do cemitério, danificando os túmulos em volta.
Priscila contou que da última vez que veio, encontrou um túmulo aberto próximo ao do avô. “Pelo jeito que estava, parecia que estava aberto há dias. Minha avó viu e ficou muito chateada.”
Segundo os brigadistas que trabalham para a administração do cemitério, o fogo pode ter sido causado pelo calor. Eles foram chamados pelos funcionários para apagar o fogo. De acordo com eles, esse seria o primeiro visto nesse sábado.
Outro lado
O cemitério Campo da Esperança informou que o fogo foi causado por velas deixadas acesas no gramado que, por sua vez, está seco em função do período de estiagem.
(Metrópoles)