• 12/12/2024

Lula quer Marinha e Aeronáutica atuando em portos e aeroportos do Rio para combater crime organizado

O presidente Lula (PT) disse nesta terça-feira (24) que não quer fazer “pirotecnia” para resolver o problema da segurança pública no Rio de Janeiro, mas espera colocar as Forças Armadas para atuar em portos e aeroportos para combater o crime organizado.

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Nesta segunda (23), ao menos 35 ônibus e um trem foram incendiados no Rio de Janeiro em uma resposta à morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, um dos líderes da maior milícia do estado.

Lula ainda afirmou que ainda estuda a possibilidade de criar o Ministério da Segurança Pública, para atuar em coordenação maior com os estados e outros entes federados.

“Conversei com o governador [Claudio] Castro, do Rio de Janeiro. Ontem, eu conversei com o Flávio Dino, hoje vou conversar com o ministro da Defesa, na perspectiva de fazer com que a Aeronáutica possa ter uma intervenção maior nos aeroportos do Rio de Janeiro, que a Marinha possa ter uma intervenção maior nos portos do Rio de Janeiro, para ver se a gente consegue combater mais o crime organizado, o narcotráfico, o tráfico de armas”, afirmou o presidente.

“Não queremos pirotecnia. Não queremos fazer uma intervenção como já foi feito e não deu em nada. Não queremos tirar a autoridade do governador do Rio”, completou.

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O presidente também falou que conversou com o ministro da Justiça, Flávio Dino, sobre os problemas de segurança no Rio de Janeiro. E então acrescentou que haverá uma atuação mais forte da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.

Lula defendeu ainda uma maior articulação do governo federal com outros federados para combater o crime organizado. Citou que a segurança pública é uma questão estadual, na teoria, mas que configura na prática um “problema do Brasil”.

Nesse contexto, voltou a falar que estuda a criação do Ministério da Segurança Pública, proposta que chegou a ser defendida durante a campanha presidencial, no ano passado, mas que acabou abandonada durante os trabalhos do gabinete de transição.

“Eu, quando fiz a campanha, eu ia criar o Ministério da Segurança Pública, ainda estou pensando em criar, pensando quais são as condições que você vai criar, como é que vai interagir com a questão de segurança do estado, porque o problema da segurança é estadual”, afirmou.

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Lula também criticou a liberação de armas no Brasil, plataforma que foi defendida por seu antecessor e rival Jair Bolsonaro (PL). Disse que o processo se deu de maneira “atabalhoada”.

“Eu digo sempre o seguinte: a liberação de venda de armas nesse país, a liberação de venda de arma nesse país de forma atabalhoada, ela fez com que o crime organizado se apoderasse de uma quantidade de arsenal que ele não tinha antes. Ele pôde comprar no mercado, autorizado, o que é um crime contra o povo brasileiro”, afirmou o mandatário.

“Você viu o que aconteceu nas Forças Armadas, o roubo de metralhadoras, o roubo de fuzis? Ou seja, e estava aonde? Estava chegando na mão do crime organizado. Ontem eu tive uma longa conversa com o Flávio Dino, hoje vou ter uma longa conversa com o ministro da Defesa, José Múcio. E vamos ver como a gente pode entrar e participar, ajudando”, completou.

A fala do presidente aconteceu durante a sua transmissão ao vivo na internet, o Conversa com o Presidente, que foi retomada nesta terça-feira, após quase um mês.

A última havia sido no dia 26 de setembro, poucos dias antes da cirurgia no quadril e nas pálpebras a que foi submetido. Desde então, o presidente vinha se recuperando no Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência.

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Em sua última transmissão ao vivo, o presidente havia demonstrado confiança para passar pelo procedimento cirúrgico, apesar de ressaltar receio com a anestesia geral. Lula foi na ocasião criticado por declaração capacitista, na qual relacionou beleza com o fato de andar sem andador ou muleta.

“Até lá vou ficar aqui em Brasília, não vou poder pegar avião. Vou trabalhar normalmente, vou trabalhar. O [secretário de Produção e Divulgação de Conteúdo Audiovisual, Ricardo] Stuckert não quer que eu ande de andador. Ele já falou ‘não vou filmar você de andador'”, disse.

“Então significa que vocês não vão me ver de andador, de muleta, vão me ver sempre bonito, como se eu não tivesse sequer operado”, completou.

Lula voltou a despachar presencialmente no Palácio do Planalto na tarde desta segunda-feira (23). Os seus dois primeiros compromissos foi uma reunião com o ministro Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) e um encontro com o músico Roger Waters, ex-Pink Floyd.

(Folha de São Paulo)

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