O delegado da Polícia Civil Kleyton Manoel Dias foi acusado pelo hacker Welton Ferreira Nunes Júnior de permitir que ele criasse e-mails e imagens de “dentro da delegacia” para extorquir dinheiro do padre Robson de Oliveira Pereira.
A acusação de Welton foi feita durante seu depoimento no processo em que ele e mais quatro pessoas foram condenadas por extorsão do padre. O delegado Kleyton era responsável pela investigação do caso e após a montagem do material teria cobrado R$ 165 mil do hacker.
No depoimento prestado no processo, Welton afirma ainda que a criação de conteúdos para extorquir o padre Robson começou após ele ser preso. Ele disse ainda que ficou detido “na sala do delegado”, onde dormia e tomava banho.
Ainda segundo o hacker, quando terminou de criar o material, o delegado e alguns agentes começaram a cobrar dinheiro dele e até a agredi-lo. Ele diz que pagou, mas que o dinheiro era próprio e não da extorsão ao padre.
Atualmente, o Ministério Público de Goiás investiga o envolvimento do padre Robson em crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsificação de documentos e sonegação fiscal. O MP-GO aponta que o sacerdote fez desvios de doações de fiéis em valores que podem superar R$ 120 milhões.
A investigação teve início em 2018, quando padre Robson foi vítima de extorsão e teria pago R$ 2 milhões para não ter imagens e troca de mensagens pessoais expostos na internet.
De acordo com a Polícia Civil, a Corregedoria da corporação apura a denúncia contra o delegado e o processo segue sob sigilo. Já a defesa do padre Robson disse que o fato “somente reafirma que todo o conteúdo das mensagens mencionadas é falso”.
(Istoé)