Objetivo é prevenir ocorrências e dar suporte aos casos de crise e, também, relacionados a alguém que sofreu perda nessa circunstância
Setembro é o mês de prevenção ao suicídio. O tema é delicado e complexo e está diretamente ligado a transtornos psicológicos passíveis de tratamento. Quem tiver uma crise suicida ou sofrer a perda de alguém por suicídio pode procurar assistência na rede da Secretaria de Saúde, por meio dos atendimentos à Saúde Mental.
Em casos urgentes, indica-se acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-DF), pelo telefone 192 – que conta com um Núcleo de Saúde Mental –, ou os serviços de emergência: Unidades de Pronto Atendimento (Upas) e pronto-socorro dos hospitais.
Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) podem fazer o acolhimento e avaliação dos casos para um direcionamento na rede de saúde ou inserção no próprio serviço. “As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) atuam na atenção primária e podem realizar o acolhimento e acompanhamento de casos mais leves, além do encaminhamento aos ambulatórios quando necessário”, explica Fernanda Benquerer Costa, Referência Técnica Distrital (RTD) de Psiquiatria e coordenadora do Comitê Permanente de Prevenção do Suicídio.
Como cada caso tem uma necessidade diferente, os locais de atendimento indicados também são distintos. Segundo a psiquiatra, o mais importante é que a pessoa busque ajuda, converse com alguém de sua confiança e não fique sozinha com sua dor. “De forma ampla, a prevenção do suicídio envolve trabalho, lazer, acesso à cultura, relacionamentos saudáveis, fortalecimento de vínculos sociais, mesmo em tempos de pandemia. O distanciamento físico necessário não precisa ser também, distanciamento emocional”, afirma Fernanda.
Outra medida recomendada é restringir o acesso a meios potencialmente perigosos, por exemplo, com investimento em construções mais seguras (proteção de lugares altos), restrição de acesso às armas, pesticidas e medicamentos.
Ações
A Secretaria de Saúde aprovou, em agosto de 2019, o Plano Distrital de Prevenção do Suicídio 2020-2023 como política pública. Uma das metas deste Plano era formalizar um Comitê Permanente de Prevenção do Suicídio, o que aconteceu em dezembro de 2019.
Desde então, este Comitê trabalha em oferecer orientações e documentos técnicos, além de capacitações aos servidores da rede, a respeito do tema. Este ano foi aprovada uma Nota Técnica com Orientações sobre o Planejamento de Atividades Relacionadas à Prevenção do Suicídio com recomendações a serviços de saúde, educação, gestores e demais interessados em oferecer atividades de prevenção.
A qualificação dos serviços para oferecer o melhor cuidado possível é uma das preocupações do Comitê.
(Agência Brasília)