Por Toni Duarte – Radar DF
Os municípios do Entorno, região considerada a mais pobre do estado de Goiás, continua invisível, até hoje, aos olhos do Palácio das Esmeraldas, que fica na rica capital Goiânia, a 200 quilômetros de distância.
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Nos últimos três anos e meio, do governo de Ronaldo Caiado (União), a única obra do pré-candidato à reeleição, carregada a tiracolo, são os cartões do “programa mães de Goiás”, no valor de R$250, considerado por alguns ex-aliados como “esmola social” para amenizar a fome de famílias pobres da região.
A cada visita de Caiado, pelo interior goiano, famílias vulneráveis fazem filas e enchem auditórios, ainda que não tenham feito a primeira refeição do dia, para aplaudir Caiado, em seus eventos políticos.
A seis meses das eleições de outubro, em que o governador luta com todas as armas para se manter por mais quatro anos no poder, a “esmola social” distribuída, pessoalmente por ele, nos municípios do Entorno e no restante do estado, são como se fossem “santinhos” da propaganda eleitoral.
Os modus operandi caiadista começou chamar a atenção do próprio Ministério Público Eleitoral sobre a distribuição dos “cartões mães de Goiás”, que ocorre em cima de palanques armados que reúne, além de Caiado, pré-candidatos a deputados estaduais, federais e prefeitos de plantão.
As denúncias chegadas ao MPE-GO, referem-se à distribuição dos cartões como “um gesto simbólico pela compra de votos”, expondo Ronaldo Caiado, em fotos, vídeos e discursos do governador.
Na visão dos mais criticos, a velha política goiana, que está no seu fim, criou um novo conceito: “se não existe almoço de graça, esmola também, não”.
Voltando a banda mais pobre do estado, o Entorno continua no mesmo status quo de sempre. A população segue abandonada, há décadas, de todas as políticas públicas.
O que há de diferente nesse ano político, em meio ao eleitorado do Entorno, é a informação chegada à palma das mãos, que faz do cidadão ficar mais esperto na hora de depositar o voto na urna.
A alta rejeição de Caiado na região, conforme levantamentos qualitativos realizadas no mês passado, fazem os prefeitos caiadistas da região a não se moverem pela reeleição do governador goiano.
Nenhum deles quer sair as ruas para pedir votos por não terem o que dizer.
Os chamados prefeitos eleitos e reeleitos, no pleito municipal de 2020, preferem não arriscar a própria pele ao confrontar o eleitorado do Entorno, cada vez mais revoltado com os políticos.
Além do mais, a prefeitada do Entorno enxerga que as eleições municipais de 2024 estão bem ali.