Por Portal Exame/Invest
Reflexo da escalada da taxa Selic para conter a inflação, os juros cobrados de consumidores e empresas seguem em elevação. A taxa de juro rotativo do cartão de crédito para pessoas físicas bateu em 343,6% ao ano em outubro. Esse é o maior patamar registrado desde setembro de 2017, quando essa taxa era de 327,3%.
Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira.
Os juros rotativos são os mais caros do mercado e vêm se elevando desde junho, quando o BC tinha registrado leve recuo na comparação com maio. No cheque especial, a taxa anual de juro bateu os 128,8% no mês de outubro.
Esse movimento de alta reflete a elevação na Selic, a taxa básica de juro do país. Após permanecer boa parte da pandemia no menor patamar da história, de 2% ao ano, o BC vem elevando a taxa desde março desse ano, porque foi necessário apertar a política monetária para conter a inflação.
A Selic está em 7,75% ao ano e há viés de alta para mais elevações nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
Ainda para as pessoas físicas, o BC registrou taxa média para empréstimos livres em 43,8% ao ano. Os principais aumentos foram registrados nas operações de crédito pessoal não consignado e crédito pessoal consignado para servidores públicos, além do cartão de crédito rotativo.
Crédito mais caro para empresas
A elevação dos juros também atinge as empresas. Nas operações livres, a taxa média de juro para empresas chegou a 19,1% ao ano. Esse é o maior patamar desde agosto de 2019.
De acordo com o BC, os principais crescimentos de juros foram registrados nos custos de contratação de desconto de duplicatas e outros recebíveis, capital de giro com prazo menor que 365 dias e capital de giro com prazo superior a 365 dias.
O crédito em capital de giro é muito buscado por empresas para dar mais liberdade para os gastos. No caso do crédito para prazos de até um ano, os juros subiram 6 pontos percentuais de setembro, quando a taxa média era de 16,09% ao ano, para 22,11% a.a. em outubro.