A Secretaria da Mulher (SMDF), por meio da Subsecretaria de Promoção das Mulheres, está realizando reuniões on-line com líderes femininas de diversidades étnico-racial e sexual, com o objetivo de complementar os resultados da Consulta Pública do II Plano Distrital de Políticas para Mulheres (PDPM). A ideia é ouvir as contribuições de representantes de grupos minoritários como as quilombolas, as indígenas, as profissionais do sexo, as ciganas, as LBTs, as negras, as deficientes, as mulheres em situação de rua e as que vivem na zona rural.
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O objetivo é dar maior representatividade e abrir espaço para a sugestão de políticas públicas que contemplem as demandas de mulheres em situação vulnerável. “Uma política pública eficiente tem que ser estruturada a partir de uma base que leva em consideração o orçamento disponível, um embasamento de dados que justifique a proposta e o monitoramento da ação. Por isso, criamos o PDPM, e a colaboração da população se torna indispensável para a institucionalização dessas políticas”, reforça a secretária da Mulher, Ericka Filippelli.
Quilombolas
A engenheira agrônoma Danusa Lisboa, de 32 anos, é uma das convidadas para participar da Consulta Pública, representando o grupo de quilombolas.
Criada no Quilombo Mesquita, próximo da Cidade Ocidental, em Goiás, a engenheira cresceu em uma comunidade unida, que hoje soma cerca de 3 mil habitantes e sobrevive, principalmente, da agricultura familiar e da produção de marmelada, doce do fruto típico da região.
Foi pensando em contribuir para o reconhecimento da sua comunidade que Danusa lutou para entrar na universidade e se formar. “Normalmente, estamos localizados em áreas rurais e ficamos afastados de centros urbanos, por isso, muitas vezes, somos invisibilizados e esquecidos”, explica Danusa. “Esta escuta promovida pela Secretaria da Mulher traz visibilidade à comunidade, dá espaço e voz para que a gente possa falar das nossas necessidades e das dificuldades”, completa.
Indígenas
A primeira reunião de escuta de grupos específicos contou com a presença de líderes femininas indígenas. Entre várias sugestões, elas reforçaram a necessidade de ações e campanhas em escolas e órgãos governamentais para trazer mais informações e incentivar o conhecimento sobre as diferentes culturas indígenas no Brasil. Defenderam a eliminação da propagação de estereótipos e de fenótipos racistas e, até mesmo, preconceito sobre essa minoria. Já no encontro com as profissionais do sexo, o acesso à saúde e o fim da violência contra elas foram demandas apresentadas como prioritárias.
“Com essa escuta, podemos estabelecer uma rede de contatos e de colaboração mútua com as líderes femininas, contemplando as mulheres em toda a sua diversidade”, considera a subsecretária de Promoção das Mulheres, Fernanda Falcomer.
Para saber mais
O PDPM é um documento, no qual, a partir de estudos, pesquisas e consultas, são definidas as prioridades e metas de políticas públicas, a serem desenvolvidas no DF.
Na consulta pública, que ficou aberta até o último dia 21, os moradores e moradoras do DF puderam registrar sua opinião e fazer a diferença na luta pela igualdade de gênero e a valorização das diversidades, informa a pasta.
As respostas e sugestões, feitas de maneira anônima, por meio de um questionário on-line, foram registradas e serão estudadas por um grupo de trabalho, composto por servidores da Secretaria da Mulher e da Codeplan (Companhia de Planejamento do Distrito Federa). Dessa maneira, na elaboração de futuras ações, o GDF levará em consideração os resultados obtidos na pesquisa.
As discussões das reuniões realizadas pela SMDF seguem os mesmos eixos estabelecidos do PDPM, que são embasadas em documentos internacionais, nacionais e distritais, dentre eles, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para serem cumpridos até 2030, priorizando o Objetivo 5° – “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”.
No total, os debates irão abordar nove eixos de atuação, entre eles: igualdade no mundo do trabalho e autonomia econômica; educação para a igualdade; saúde integral das mulheres, direitos sexuais e reprodutivos; enfrentamento a todas as formas de violência contra as mulheres; participação das mulheres nos espaços de poder e decisão; igualdade para as mulheres rurais; cultura, esporte, comunicação e mídia; enfrentamento do racismo, sexismo, lesbofobia e transfobia; igualdade para as mulheres jovens, mulheres idosas e mulheres com deficiência.
(Agência Brasília)