Desse total, 99% foram pessoas com suspeita ou confirmadas com a Covid-19
O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) atendeu ao longo dos sete meses de pandemia 70.542 pacientes até o dia 26 de outubro. Desse total, 99,38% foram pessoas com suspeita ou confirmadas com a Covid-19, enquanto os 0,62% restantes são pacientes com queimaduras, já que esse foi o único serviço que permaneceu disponibilizado na unidade após o hospital tornar-se exclusivo para o tratamento de infectados pelo novo coronavírus.
O Hran entrou para a história do Distrito Federal ao internar o primeiro caso da Covid-19 registrado na capital federal, no dia 6 de março. Desde então, 5.132 pessoas precisaram ser internadas durante a pandemia, em 274 leitos disponíveis à população. Mas, para isso, foi necessário um esforço de gestão capaz de garantir atendimento.
O secretário de Saúde, Osnei Okumoto, destaca a atuação no combate à pandemia do novo coronavírus como fundamental para a superação da fase crítica da doença. “Estão de parabéns os gestores e os servidores do Hran por todo o empenho e dedicação num momento tão difícil da saúde pública vivida no Distrito Federal”, disse Okumoto, lembrando que o legado de todo esse esforço ficará para sempre.
Entre as ações, é possível destacar a abertura em maio de 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – Covid para reforçar os serviços. As camas e os monitores foram doados pelo Ministério da Saúde ao Distrito Federal. Em contrapartida, a equipe do hospital conseguiu respiradores, estruturou a rede de gases e ofereceu os recursos humanos. Com isso, o Hran passou a ofertar 20 leitos de terapia intensiva para os que estão com a doença.
O superintendente da Região de Saúde Central, Carlos Portilho, agradeceu o apoio do Ministério da Saúde e do GDF na ampliação do atendimento aos pacientes com Covid-19. Com isso e as medidas de isolamento social implementadas pelo governador Ibaneis Rocha no início do ano, Portilho garante “que o Hran está devidamente equipado para atender a população”.
Além dos 20 leitos de UTI, o hospital conta ainda com 23 leitos para os pacientes queimados, 25 na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) e 206 para a enfermaria e a maternidade.
Atualmente, o hospital tem 127 pacientes internados com Covid-19 em suas instalações. Desse total, 86 deles estão na enfermaria, 19 na unidade de cuidados intermediários, 12 na unidade de terapia intensiva, oito no pronto-socorro e duas crianças na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin).
Mudanças
Quando a doença se espalhou pelo DF, o Hran precisou transferir serviços e pacientes não acometidos de Covid-19 para outros locais da rede pública de saúde. Assim, se tornou, a partir de abril, a unidade referência no Distrito Federal para atendimentos aos casos de coronavírus.
De acordo com o diretor do Hran, Ulysses de Castro, tudo que foi feito no hospital, desde quando a unidade tornou-se referência, reflete-se nos números atuais. Foi feita a criação da triagem, organizando o fluxo de pacientes confirmados e suspeitos, bem como pacientes sem a doença.
“Fizemos uma mudança estrutural, reformas do box de emergência, sala de espera, ampliação da UTI e otimização da Central de Material e Esterilização (CME), além de reorganizar o fluxo interno separando bem os pacientes com Covid-19 dos outros e tendo todo o cuidado para evitar infecções hospitalares”, explica.
Além disso, vendo a necessidade de prestar assistência aos pacientes recuperados da Covid-19, o Hran também criou um Ambulatório de Egressos, onde são feitos exames pulmonares e motores para avaliar a real situação dos pacientes pós-alta médica.
Segundo Ulysses de Castro, até pacientes com convênios médicos procuram tratamento no Hran por reconhecerem que o local é totalmente referência para o tratamento da Covid-19.
(Agência Brasília)