• 27/04/2025

Saiba como identificar os sinais de bullying em crianças

O bullying entre adolescentes costuma ser o foco principal das discussões sobre convivência escolar, mas há um grupo que muitas vezes passa despercebido: as crianças entre 5 e 10 anos. Nesta faixa etária, os conflitos podem parecer “brincadeiras de criança”, mas o impacto emocional pode ser profundo – e difícil de identificar.

Segundo a psicóloga Luisa Brazão, especialista em crianças e adolescentes, o bullying durante este período tem características distintas. “Se diferencia devido ao repertório de comunicação da criança, à complexidade da estrutura linguística ou à força física, também à complexidade de relações interpessoais”, explica.

Enquanto adolescentes tendem a verbalizar melhor as situações, crianças pequenas podem apenas demonstrar incômodo ou tristeza sem conseguir nomear o que sentem.

“Um adolescente pode entender a situação e esboçar de forma clara e desenvolvida, uma criança pode perceber que algo aconteceu, que se sentiu mal, que não quer que aconteça novamente, mas ter dificuldade de elaborar tudo isso, exigindo que o adulto perceba mais seus comportamentos e falas, que pergunte para ter mais clareza do que está acontecendo”, pontua.

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Entre os sinais de alerta, estão mudanças no comportamento e recusas aparentemente sem motivos. “Pode-se perceber falas como ‘não quero ir’ ao ambiente onde pode encontrar o agressor. A criança pode chorar, ficar com medo de tudo, ficar isolado ou ter falas sobre a situação da forma que consegue”, ressalta a psicóloga.

Identificar o problema pode ser mais difícil justamente porque as crianças nesta faixa etária estão em fase de desenvolvimento emocional e linguístico. “A forma como relatam pode não ser tão clara e às vezes confusa”. Ela alerta que a própria vítima pode continuar se aproximando do agressor por não compreender completamente a dinâmica.

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Para exemplificar, Brazão descreve: “Uma criança de 8 anos, chamada Ana, está sofrendo bullying social, sendo excluída por outra, chamada Maria, e Maria pede para que as colegas não sejam amigas da Ana, mas isso não é sempre porque, às vezes, elas precisam de Ana para algo, seja uma matéria ou ter o número de pessoas necessário para brincar. Mas entender tudo isso é muito complexo, e Ana considera todas como amigas, mesmo que, várias vezes, já ouviu falas ruins.”

O apoio da família é essencial. “Dando amparo emocional, fazendo ela se sentir segura e dando modelos de como lidar com situações de conflitos com outras crianças”, explica a psicóloga, que também defende que o cuidado deve se estender à criança que comete o bullying, oferecendo suporte para desenvolver novas habilidades sociais e emocionais.

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O impacto do bullying pode variar com o tempo, a intensidade e a forma como o caso é tratado. “Podendo as consequências serem passageiras e leves ou com maior permanência e maior seriedade.”

Já os responsáveis pelas crianças que praticam bullying devem estar atentos: “O adolescente consegue camuflar melhor seus comportamentos agressivos dos adultos, já a criança ainda faz muito isso em público sendo mais fácil de identificar durante o acontecimento”, destaca Brazão.

A psicóloga recomenda que se observe não apenas o comportamento em si, mas o motivo por trás dele: “Compreendendo a função facilita para ensinar outras formas de agir que sejam adequadas, treinando novas habilidades de como se comportar.”

(Portal Terra)

 

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