Se você está ativo nas redes sociais, provavelmente já se deparou com vídeos de pais demonstrando na prática como aplicar a educação positiva para reduzir os conflitos com os pequenos. Apesar de viralizar, a técnica ainda desperta dúvidas e polêmicas, especialmente por ser frequentemente confundida com permissividade.
A educação positiva propõe um modelo de relacionamento entre adultos e crianças que preserva a dignidade e saúde emocional dos pequenos, mas sem abrir mão de limites. Baseada em pilares como apego seguro, inteligência emocional e desenvolvimento humano, a abordagem se distancia de práticas autoritárias ou permissivas, promovendo um equilíbrio que respeita as necessidades e emoções das crianças.
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Em entrevista ao Terra Você, Maya Eigenmann, neuropedagoga e educadora parental, explica que um dos equívocos mais comuns sobre a educação positiva é a ideia de que ela elimina os limites.
“A educação positiva não é nada permissiva. Temos um compromisso de colocar limites, mas sem machucar ou desrespeitar a criança. Colocar limite mantendo a dignidade dela é desafiador, mas essencial para o desenvolvimento saudável,” conta.
O que diferencia a educação positiva da permissividade?
A principal diferença está na forma de estabelecer limites. Enquanto a permissividade se traduz em ceder constantemente, resultando em crianças que têm dificuldade em lidar com frustrações, a educação positiva ensina a impor limites necessários de forma respeitosa.
“O desafio não é equilibrar liberdade e limites, mas aprender a colocá-los de forma que preserve a saúde e a autoestima da criança, sem devastá-la emocionalmente,” afirma Maya.
Além disso, a educação positiva considera os efeitos neurológicos de práticas parentais, como os danos de níveis elevados de cortisol causados por gritos e ameaças. “A intenção é preservar a saúde da criança através do modo como os adultos lidam com ela,” completa a especialista.
Sinais de permissividade e como ajustar o comportamento
Uma casa permissiva pode ser identificada por crianças que se frustram facilmente e têm dificuldade em respeitar limites alheios. Isso acontece porque, nesse ambiente, os limites são inconsistentes e raramente acolhem as emoções da criança.
Para ajustar o comportamento, os pais devem buscar uma abordagem positiva que imponha regras claras e acolha os sentimentos de frustração que surgirem, desenvolvendo resiliência interna, essencial para lidar com as reações da criança aos limites impostos.
Maya sugere que, em vez de assumir uma postura autoritária, os pais se vejam como condutores. “O que dificulta colocar limites de maneira respeitosa é não saber lidar com a reação da criança. Quando o adulto dá conta de acolher esses sentimentos, ele consegue conduzir a situação sem recorrer a gritos ou punições,” diz.
Ao respeitar a individualidade da criança e oferecer um ambiente que favoreça o desenvolvimento emocional, a educação positiva pode não apenas auxiliar na criação de adultos emocionalmente saudáveis, mas também promover relações familiares mais harmoniosas e respeitosas.
(Portal Terra)