Por Fabiana Oliveira*
Com tantas mudanças acontecendo num curto espaço de tempo devido à pandemia da covid-19, nos deparamos com algumas que alteram completamente o nosso cotidiano. Dentre elas, os cuidados com os nossos filhos e nossa família. Essa rotina, muita das vezes, era exclusiva das mulheres, porém, hoje, esse cenário, e ao mesmo tempo um costume enraizado na nossa forma de agir e pensar, vem passando por transformações diante da necessidade de apoio por parte dos então ocupadíssimos pais dar um suporte as suas esposas e respectivas famílias.
Muitos desses pais não tinham o hábito, ou até mesmo a oportunidade, de acompanhar de perto a rotina escolar e familiar de seus filhos ou de sua própria casa. Em alguns casos, tem até pai que não sabia o que os filhos gostavam de comer, quais são suas brincadeiras preferidas, o que faziam no horário do contraturno, quais matérias tinham mais dificuldades para assimilar o conteúdo, enfim, dentre outras coisas do dia a dia até então desconhecidas.
Mas, nem todo mal é mal. Com a nova rotina imposta pelos acontecimentos, fomos todos obrigados a encarar a mudança, o tal do “novo normal”. A imagem de que o pai deveria ser somente o gerador do sustento da casa e a autoridade máxima familiar está mudando e a figura paterna se tornando cada vez mais participativa e afetiva. Muitos pais se doam de corpo e alma aproveitando o máximo que pode e desfrutando dessa extraordinária experiência. Há também aqueles que por serem mais resistentes acham um pouco estranho tudo isso.
Essa pandemia fez com que inúmeras fossem as descobertas com o convívio mais próximo entre pais e filhos, que podem ir desde um simples banho diário, como um carinho na hora do descanso ou a música da moda preferida. Para os pais que já têm filhos adolescentes quem sabe até um(a) “Crush” que faz o coração da cria bater acelerado.
Tão importante quanto a figura materna, a presença e participação do pai na criação e educação dos filhos faz com que lá na frente sejam reconhecidos e lembrados como momentos especiais. É fato que nem todos despertam para essa oportunidade ímpar de dividir as tarefas de casa e os cuidados com os filhos. Que aqueles que se habituaram com esse novo momento, não cometam a displicência de esquecer tudo o que passou, está passando e poderá passar, já que o coronavírus ainda faz parte do nosso convívio familiar.
*Fabiana Oliveira é jornalista com especialização em estratégia competitiva nas organizações, blogueira, filha, neta, esposa, mãe e apaixonada pelos filhos.