• 07/10/2025

Vacina contra COVID-19: como funciona e efeitos colaterais

Várias vacinas contra a COVID-19 estão sendo estudadas e desenvolvidas em todo o mundo para tentar combater a pandemia causada pelo novo coronavírus, mas ainda nenhuma se encontra aprovada pela OMS.

Até ao momento, são 6 as vacinas que têm demonstrado resultados mais promissores:

  • Pfizer e BioNTech (BNT162): a vacina norte americana e alemã apresentou 90% de eficácia em estudos de fase 3;
  • Moderna (mRNA-1273): a vacina norte-americana apresentou 94,5% de eficácia em estudos de fase 3;
  • Instituto de Pesquisa Gamaleya (Sputnik V): a vacina russa apresentou 92% de eficácia em estudos de fase 3;
  • AstraZeneca e Universidade de Oxford (AZD1222): a vacina inglesa está em estudos de fase 3 e numa primeira fase demonstrou eficácia de 70,4%;
  • Sinovac (Coronavac): a vacina chinesa está em estudos de fase 3 sem referência à taxa de eficácia;
  • Johnson & Johnson (JNJ-78436735): a vacina norte americana entrou em estudos de fase 3, sem taxa de eficácia liberada.

Além destas, outras vacinas como a NVX-CoV2373, da Novavax, a Ad5-nCoV, da CanSino ou a Covaxin, da Bharat Biotech, também estão em fase 3 de estudo, mas ainda não possuem resultados publicados.

Como funcionam as vacinas da COVID-19

As vacinas contra a COVID-19 têm sido desenvolvidas com base em 3 tipos de tecnologia:

  • Tecnologia genética do RNA mensageiro: é uma tecnologia mais utilizada na produção de vacinas para animais e que faz com que as células saudáveis do corpo produzam a mesma proteína que o coronavírus utiliza para entrar nas células. Ao fazer isso, o sistema imune é obrigado a produzir anticorpos que, durante uma infecção, podem neutralizar a proteína do verdadeiro coronavírus e impedir o desenvolvimento da infecção. Esta é a tecnologia sendo utilizada nas vacinas da Pfizer e da Moderna;
  • Uso de adenovírus modificados: consiste em utilizar adenovírus, que são inofensivos para o corpo humano, e modificá-los geneticamente para que atuem de forma parecida com o coronavírus, mas sem risco para a saúde. Isso faz com que o sistema imunológico treine e produza anticorpos capazes de eliminar o vírus caso aconteça a infecção. Esta é a tecnologia por trás das vacinas da Astrazeneca, da Sputnik V e da vacina da Johnson & Johnson;
  • Uso do coronavírus inativado: é utilizada uma forma inativada do novo coronavírus que não provoca a infecção, nem problemas para a saúde, mas que permite ao corpo produzir os anticorpos necessários para combater o vírus.
Leia também   Máscaras de proteção podem causar acne em adultos e crianças

Todas estas formas de funcionamento são teoricamente eficazes e já funcionam na produção de vacinas para outras doenças.

Como é calculada a eficácia da vacina?

A taxa de eficácia de cada vacina é calculada tendo por base o número de pessoas que desenvolveu a infecção e que foram de fato vacinadas, em comparação com aquelas que não foram vacinadas e que receberam um placebo.

Por exemplo, no caso da vacina da Pfizer, foram estudadas 44.000 pessoas e, desse grupo, apenas 94 acabaram desenvolvendo COVID-19. Dessas 94, 9 eram pessoas que tinham sido vacinadas, enquanto as restantes 85 eram pessoas que tinham recebido o placebo e que, por isso, não receberam a vacina. De acordo com estes valores, a taxa de eficácia é de aproximadamente 90%.

Entenda melhor o que é um placebo e para que serve.

Quando podem chegar as primeiras vacinas

É esperado que as primeiras vacinas contra a COVID-19 comecem a ser distribuídas durante o último mês de 2020 ou na primeira metade de 2021. Isso apenas é possível devido à criação de vários programas especiais que permitem a liberação emergencial das vacinas sem precisarem passar por todas as fases de aprovação delineadas pela OMS.

Em situações normais e de acordo com a OMS, uma vacina só deve ser liberada para a população após cumprir os seguintes passos:

  1. O laboratório que produz a vacina precisa realizar estudos de fase 3 de larga escala que apresentem resultados satisfatórios de segurança e eficácia;
  2. A vacina precisa ser avaliada por entidades independentes do laboratório, incluindo o órgão de regulação do país, que no caso do Brasil é a Anvisa, e em Portugal o Infarmed;
  3. Um grupo de pesquisadores escolhido pela OMS analisa os dados obtidos em todos os testes para assegurar a segurança e eficácia, assim como para planear como cada vacina deve ser utilizada;
  4. As vacinas aprovadas pela OMS devem poder ser produzidas em elevadas quantidades;
  5. É preciso garantir que as vacinas podem ser distribuídas por todos os países com grande rigor.

A OMS tem reunido vários esforços para garantir que o processo de aprovação de cada vacina aconteça o mais rápido possível, e as entidades de regulação de cada país também têm aprovado autorizações especiais para as vacinas da COVID-19.

Leia também   Mel para a pele: conheça os benefícios e conquiste uma aparência jovial

No caso do Brasil, a Anvisa aprovou uma autorização temporária e emergencial que permite que algumas vacinas possam ser usadas mais rapidamente em alguns grupos da população. Ainda assim, essas vacinas devem cumprir com algumas regras básicas e só poderão ser distribuídas pelo SUS.

Plano de vacinação no Brasil

O plano de vacinação apresentado no Brasil não revela uma data específica para o início da vacinação contra a COVID-19, no entanto, é esperado que as primeiras vacinas comecem a ser administradas ainda nos primeiros 6 meses de 2021. Para confirmar uma data é necessário que alguma das vacinas seja aprovada pela Anvisa.

De acordo com o plano liberado pelo Ministério da Saúde[1], a vacinação será dividida em 4 fases para chegar aos principais grupos prioritários:

  • 1ª fase: serão vacinados trabalhadores da área da saúde, pessoas com mais de 75 anos e pessoas com mais de 60 anos que vivam em instituições;
  • 2ª fase: serão vacinadas pessoas acima dos 60 anos;
  • 3ª fase: serão vacinadas pessoas com outras doenças que aumentem o risco de infecção grave por COVID-19;
  • 4ª fase: serão vacinados professores, profissionais de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional.

No total das 4 fases de vacinação, é estimado que 51 milhões de pessoas sejam vacinadas contra a infecção pelo novo coronavírus. Após os principais grupos de risco terem sido vacinados, a vacinação contra a COVID-19 será disponibilizada para a restante população.

Durante as primeiras 4 fases de vacinação será utilizada a vacina produzida pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. Porém, vacinas de outros laboratórios poderão também ser adquiridas no decorrer da vacinação.

Plano de vacinação em Portugal

O plano de vacinação em Portugal[2] indica que a vacina deve começar a ser distribuída no final de dezembro, seguindo as orientações aprovadas pela Agência Europeira do Medicamento.

Estão previstas 3 fases de vacinação:

  • 1ª fase: profissionais de saúde, funcionários de lares e unidades de cuidados, profissionais das forças armadas, forças de segurança e pessoas com mais de 50 anos e com outras doenças associadas;
  • 2ª fase: pessoas com mais de 65 anos;
  • 3ª fase: restante população.

As vacina serão distribuídas gratuitamente nos centros de saúde e postos de vacinação do SNS.

Leia também   GDF investe na expansão de escolas

Possíveis efeitos colaterais

Ainda não se conhecem os possíveis efeitos colaterais de todas as vacinas sendo produzidas contra a COVID-19. No entanto, de acordo com os estudos feitos com as vacinas produzidas pela Pfizer-BioNTech e pelo laboratório Moderna, esses efeitos parecem incluir:

  • Dor no local da injeção;
  • Cansaço excessivo;
  • Dor de cabeça;
  • Dos muscular;
  • Febre e calafrios;
  • Dor nas articulações.

Estes efeitos colaterais são semelhantes aos de muitas outras vacinas, incluindo a vacina da gripe comum, por exemplo.

À medida que o número de pessoa vá aumentando é esperado que apareçam reações adversas mais graves, como reações anafiláticas, especialmente em pessoas mais sensíveis a alguns componentes da fórmula.

O que ainda não se sabe

Embora as vacinas contra a COVID-19 tenham demonstrado resultados promissores ainda existem várias dúvidas sobre a sua utilização, que vão desde a dificuldade de armazenamento de algumas vacinas, até ao que ainda não se sabe, como por exemplo:

  • Os resultados obtidos em cada laboratório ainda não foram avaliados por outras entidades independentes;
  • Não se sabe se cada vacina previne contra qualquer tipo de COVID-19 ou apenas formas mais graves;
  • Não se conhece com exatidão como grupos de risco, como os idosos, poderão reagir à vacinação;
  • Não se sabe quais podem ser os efeitos a longo prazo do uso da vacina;
  • Não se conhece o tempo de duração do efeito de cada vacina.

Estas dúvidas se relacionam principalmente com a rapidez com que as vacinas precisam ser produzidas para tentar combater a pandemia de COVID-19. Em situações normais, todas estas dúvidas precisariam ser respondidas antes de que alguma vacina pudesse ser liberada para a população.

Quem não deve tomar a vacina

A vacina contra a COVID-19 não deve ser administrada a pessoas com histórico de reações alérgicas graves a algum dos componentes da vacina. Além disso, a vacinação também está desaconselhada em crianças com menos de 16 anos, grávidas e mulheres a amamentar, já que não existem dados suficientes sobre o efeito das vacinas nestes grupos.

Já no caso de pacientes a fazer uso de imunossupressores ou com doenças autoimunes, é importante que a vacinação seja feita apenas sobre supervisão do médico responsável pelo tratamento.

(Portal Tua Saúde)

Read Previous

Goiás lidera geração de empregos no Centro-Oeste

Read Next

Além do amigo secreto: brincadeiras para a noite de Natal

error: Content is protected !!