Os coronavírus correspondem a um grupo de vírus pertencentes à família Coronaviridae que são responsáveis por infecções respiratórias que podem ser leves ou bastante graves dependendo do coronavírus responsável pela infecção.
A maioria dos coronavírus não infectam pessoas ou causam doenças, no entanto há dois tipos que foram associados a doenças respiratórias graves, o SARS-CoV e o MERS-CoV, responsáveis pela Síndrome Respiratória Aguda Grave e pela Síndrome Respiratória do Oriente Médio, respectivamente. Recentemente, foi identificado um outro tipo de coronavírus que está sendo chamado de 2019-nCoV e que está relacionado com doenças respiratórias na China, sendo também identificado na Tailândia, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos.
Os coronavírus podem ser transmitidos de animais para pessoas, que é o que acontece mais frequentemente, mas também podem ser transmitidos de pessoa para pessoa, como no caso do 2019-nCoV. Os sintomas são semelhantes aos da gripe, no entanto no caso dos vírus transmitidos de animais para pessoas podem surgir também sintomas gastrointestinais.
Tipos de Coronavírus
São conhecidos 7 tipos de coronavírus, que são:
- 229E;
- NL63;
- OC43;
- HKU1;
- SARS-CoV;
- MERS-CoV;
- 2019-nCoV.
Tipos 229E, NL63, OC43 e HKU1
Esses tipos são frequentemente associados aos resfriados comuns e são responsáveis por doenças respiratórias leves e que são naturalmente combatidas pelo próprio sistema imunológico. Esses tipos de vírus são transmitidos de pessoa para pessoa e levam ao aparecimento de sintomas típicos de resfriado comum ou de pneumonia leve dependendo da atividade do sistema imunológico da pessoa.
Tipos SARS-CoV e MERS-CoV
Esses tipos estão relacionados com infecções respiratórias graves e que normalmente é necessário que a pessoa seja hospitalizada para que seja monitorada e sejam prevenidas complicações. Esses vírus são transmitidos dos animais para as pessoas e, por isso, acaba por desencadear uma resposta imunológica e inflamatória mais grave, resultando em complicações e sintomas mais graves.
Além disso, a gravidade da infecção por esses vírus pode estar relacionada com o sistema imunológico da pessoa, pois é mais comum de surgir em pessoas que possuem o sistema imune comprometido devido a doenças, como o HIV, ou devido ao tratamento para o câncer, por exemplo, principalmente no caso do vírus MERS-CoV. O primeiro caso de infecção pelo MERS-CoV foi na Arábia Saudita em 2012, no entanto o vírus conseguiu ser facilmente transmitido para outros países do Oriente Médio.
O primeiro caso descrito de infecção pelo SARS-CoV foi em 2002 na Ásia e o vírus foi logo associado à infecção respiratória grave devido ao fato de conseguir espalhar-se rapidamente entre a população.
Tipo 2019-nCoV
Esse de coronavírus é o mais recente e foi identificado primeiramente na China, no entanto já existem casos relatados de infecção por esse tipo de coronavírus na Tailândia, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos. Ainda não se tem muitas informações sobre esse tipo de coronavírus, no entanto sabe-se que, assim como o SARS-CoV e o MERS-CoV, causa infecção respiratória grave, podendo levar à insuficiência respiratória e resultar no óbito.
Em relação à forma de transmissão desse tipo de vírus, foi verificado que as pessoas que frequentaram um mercado na China em que era feita a comercialização de animais foram infectados pelo vírus, comprovando a transmissão animal-pessoa. No entanto, outras pessoas, que não estiveram presentes no mercado, também foram infectadas por esse mesmo vírus, sugerindo que também pode haver a transmissão do 2019-nCoV entre pessoas.
Sintomas de infecção por Coronavírus
O coronavírus possui um tempo de incubação entre 2 e 14 dias, ou seja, o vírus pode levar até 2 semanas para levar ao aparecimento de sintomas da doença. Os sintomas de infecção por coronavírus são iguais aos de uma gripe ou resfriado, podendo haver:
- Coriza;
- Tosse;
- Dor de cabeça;
- Mal estar
- Dor de garganta;
- Febre.
No caso das infecções mais graves, podem surgir também sintomas sistêmicos, como dores musculares e sintomas gastrointestinais, como diarreia e vômito, além de alterações no exame de sangue, como diminuição na quantidade de linfócitos, plaquetas e neutrófilos.
O diagnóstico da infecção por coronavírus é feito por meio da avaliação dos sintomas, sendo definido pela OMS que o diagnóstico seja baseado em parâmetros clínicos e epidemiológicos. Em relação aos parâmetros clínicos, é definido que a pessoa precisa ter febre e outro sintoma de gripe, e pelo menos um dos parâmetros epidemiológicos que são ter viajado para os lugares em que foram identificados casos de coronavírus, ter tido contato com uma pessoa com suspeita ou que tenha tido a confirmação da infecção pelo coronavírus.
O diagnóstico também deve ser baseado no resultado de exames sorológicos e moleculares que têm como objetivo identificar a presença de antígenos e anticorpos contra o vírus, o tipo de vírus e a sua quantidade no organismo.
Como acontece a transmissão
A transmissão do coronavírus pode acontecer por meio do contato com animais infectados ou por meio do contato pessoa-pessoa por meio da inalação de gotículas liberadas no ar ao tossir ou ao espirrar que contém o vírus ou por meio da via fecal-oral, já que o SARS-CoV também pode ser excretado nas fezes.
Como deve ser o tratamento
Não há tratamento específico para a infecção pelo coronavírus, sendo apenas medidas de suporte, como hidratação, repouso e alimentação leve e equilibrada. Alguns estudos em laboratório foram realizados com o objetivo de testar a eficácia de remédios antivirais, como Ribavirina, Interferon alfa, e Ritonavir contra os coronavírus responsáveis pela SARS e pela MERS, no entanto só foi comprovado o efeito in vitro, não sendo verificado efeito na população.
Além disso, não existe até o momento vacina contra esse vírus, apesar de estar sendo estudado não só o desenvolvimento da vacina mas também de remédios que possam atuar contra o coronavírus. Por isso, o melhor a se fazer é adotar algumas medidas com o objetivo de prevenir a infecção, como evitar o contato com pessoas que possuem sintomas de infecção respiratória, evitar o contato com animais doentes, lavar frequentemente as mãos, evitar tocar os olhos, nariz e boca, e tapar o nariz e boca quando se espirrar ou tossir para evitar o espalhamento do vírus pelo ar.
(Tua Saúde)