Segundo levantamento do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Bahia), a taxa de suicídio entre jovens aumenta 6% por ano no Brasil. A pesquisa, que teve apoio de pesquisadores de Harvard, constatou ainda que as notificações por autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos também cresceram no último ano.
Essas são algumas das razões pelas quais é tão importante a campanha do Setembro Amarelo, que conscientiza sobre questões de saúde mental para prevenir o suicídio. E, nesse período, um dos assuntos mais comentados é como proteger os adolescentes e jovens e ajudá-los a manter uma boa saúde mental.
Nesse sentido, tanto a escola quanto os parentes em casa podem ter um grande efeito, e diálogo e acolhimento são as palavras-chave. Entenda melhor nesse Setembro Amarelo a seguir:
Formas de proteger os adolescentes
Para a coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Santo Amaro (Unisa), Cintia Madeira Sanchez, é importante, primeiramente, entender o contexto no qual os jovens vivem hoje. Por conta das telas e das redes sociais, eles se sentem expostos o tempo todo. Além disso, novas formas de bullying, por exemplo, surgem dessas tecnologias, o que afeta a saúde mental.
“As situações de desconforto ou constrangimento rompem os limites físicos e reverberam nas plataformas e redes sociais”, comenta Cintia.
Por isso, é crucial que os pais prestem atenção no comportamento dos filhos, para notar qualquer mudança. Isso também é essencial nas instituições de ensino. Elas ainda precisam promover medidas preventivas em relação a questões como o bullying, a diversidade, o racismo e a homofobia.
Ainda segundo a psicóloga, os pais, os familiares e as instituições devem estar abertos ao diálogo e ao acolhimento, buscar entender os motivos ao invés de julgar o sentimento que o adolescente compartilhou. Por isso, ela recomenda evitar frases como: “Você está exagerando” ou “Isso vai passar”.
“Essas mensagens ditas podem afastar esse adolescente. Ou até mesmo evitar o diálogo por receio da falta de compreensão em relação ao seu sofrimento”, comenta Cintia.
De acordo com Henrique Manoel Carvalho Silva, coordenador e professor do curso de Serviço Social da Universidade Santo Amaro (Unisa), organizações não-governamentais também podem ajudar.
“Os espaços educacionais, em parceria com ONGs e serviços especializados, podem ajudar com o desenvolvimento de oficinas, treinamentos e grupos de apoio que envolvam toda a comunidade escolar, inclusive os pais”, pontua.
Vale lembrar também que é crucial conscientizar sobre a existência de canais especializados para quem precisa de ajuda imediata. É o caso do Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece atendimento gratuito e sigiloso 24 horas, por telefone (188) ou chat on-line.