Sexo e gênero são fatores essenciais que moldam a saúde humana. À medida que as pesquisas avançam, surge um conjunto cada vez maior de evidências que destacam as diferenças substanciais na saúde entre mulheres e homens.
Utilizando dados do Global Burden of Disease Study como base, a revista Lancet Public Health publicou um artigo que analisa as diferenças nas principais causas de doenças entre homens e mulheres.
No estudo, foram apresentadas as desigualdades que se refletem entre as 20 causas de morte mais comuns em homens e mulheres. Os pesquisadores constataram que as mulheres carregam uma carga maior de condições relacionadas à morbidade e transtornos depressivos, enquanto os homens tendem a apresentar taxas mais altas para condições relacionadas à mortalidade.
Enquanto os homens são desproporcionalmente afetados por acidentes de trânsito (72% a mais que mulheres) e câncer de pulmão (57% a mais), as mulheres sofrem mais com dor lombar (61%) e os transtornos mentais de ansiedade (65%) .
A epidemiologista brasileira Luísa Flor, professora da Universidade de Washington (EUA), foi responsável por coordenar o trabalho mundial. Da lista, foram excluídos problemas como câncer de próstata ou tumores no útero, que só acomete um dos sexos biológicos. Confira:
Doenças com maiores impactos em mulheres
- Transtornos de ansiedade (64,8%)
- Dor lombar (60,9%)
- Distúrbios de dor de cabeça (58,1%)
- Transtornos depressivos (52%)
- Outros distúrbios músculo-esqueléticos (48,9%)
- Alzheimer e outras demências (37,2%)
- HIV/Aids (14,1%)
Doenças com maiores impactos em homens
- Perda auditiva (9,7%)
- Diabetes (11,8%)
- Doença renal crônica (22,7%)
- AVC (29,3%)
- Queda (31,5%)
- Infecção do trato respiratório inferior (32,8%)
- Doença pulmonar obstrutiva crônica (36,1%)
- Tuberculose (42,7%)
- Covid-19 (44,5%)
- Doença cardíaca isquêmica (44,7%)
- Cirrose e doenças hepáticas crônicas (56,7%)
- Câncer de traqueia/brônquio/pulmão (56,8%)
- Acidentes de trânsito (71,6%)
O critério usado para medir o impacto de cada problema foi o de “anos de vida ajustados por incapacitação”, medida usada em epidemiologia para calcular quantos anos de vida ativa e com qualidade uma pessoa perde em função de doença ou lesão, seja por morte precoce ou por condições incapacitantes. O cálculo leva em conta a idade e a expectativa de vida da pessoa.
(Portal Terra)