O presidente Lula (PT) disse nesta segunda-feira (15) que o ataque a tiros contra o candidato a presidente dos Estados Unidos Donald Trump “empobrece a democracia” e “não importa” se a direita sai ou não ganhando do episódio.
“Ao invés de a gente ficar analisado se alguém ganha ou perde com isso, o que temos que ter certeza é que a democracia perde”, afirmou.
A declaração foi dada pouco antes de almoço no Palácio do Itamaraty com o presidente da Itália, Sergio Mattarella.
O petista disse que não é possível ter dúvidas para “condenar qualquer manifestação antidemocrática que aconteça em qualquer lugar do mundo, seja pela direita, seja pela esquerda”. “Ninguém tem o direito de atirar numa pessoa porque não concorda com ele politicamente”, disse.
Segundo o presidente, esse tipo de acontecimento faz “ir pelo ralo” os valores “do diálogo, de sentar em uma mesa de forma diplomática e buscar soluções para os problemas”.
Trump, 78, foi ferido após tiros serem disparados contra ele durante um comício em Butler, no estado da Pensilvânia. Ele foi atingido por uma bala que perfurou a parte superior da sua orelha direita.
Os investigadores também informaram que não há qualquer indicativo de que o agressor em questão, Thomas Matthew Crooks, 20, tenha distúrbios mentais, e confirmaram que ele usou um fuzil AR-15 semiautomático comprado legalmente no atentado.
Um participante do comício foi morto e outros dois estão feridos em estado grave, segundo o Serviço Secreto dos EUA. O atirador suspeito foi morto pelo órgão.
Aliados do presidente Lula (PT) temem que o atentado reforce o discurso de que há perseguição contra a direita no mundo e fortaleça o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atacado com uma facada na campanha presidencial de 2018.
Governistas também avaliam que o caso tende a aumentar a pressão contra o democrata Joe Biden e aproximar o candidato republicano da vitória nas eleições dos Estados Unidos.
(Folha de São Paulo)