Um dos militares de alta patente mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno prestou depoimento, nesta quinta-feira (1º), na CPI da Câmara Legislativa do DF (CLDF). Aos distritais, o ex-ministro do GSI do governo Bolsonaro condenou os atos praticados por apoiadores do ex-presidente nos dias 12 de dezembro de 2022 e 8 de janeiro deste ano.
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“Em nenhum momento, eu achei válidos os acontecimentos do dia 12 de dezembro e do dia 8 de janeiro. Em nenhum momento, eu elogiei ou achei válido. Eu achei que os acontecimentos foram lamentáveis, inadmissíveis. É lógico que foi muito ruim para a própria imagem do Brasil”, afirmou Augusto Heleno.
O general criticou o uso do termo “golpe” para se referir aos atos do dia 8 de janeiro. Ele explicou que a inexistência de um líder entre os manifestantes bolsonaristas e a falta de um planejamento para tentar tomar o poder naquele domingo de janeiro, revelam a ausência de características que comprovam que estava em curso um golpe de estado no dia 8.
“Querem caracterizar esses atos isolados, sem chefes definidos, como golpe. É por isso que a CPI está procurando descobrir quem foi o financiador, quem é que participou. Isso, eu considero isso altamente válido. O que não pode é vim com essa narrativa pronta e querer empurrar essa narrativa goela abaixo. Não é assim”, destacou o militar.
Para Augusto Heleno, os atos praticados por apoiadores do ex-presidente Bolsonaro nesses dois dias não são irrelevantes. “É uma coisa muito séria. Foi um ataque ao prédio da Polícia Federal. O dia 8 de janeiro, também foram atos altamente condenáveis, coisas inadmissíveis, destruição de patrimônio, em nenhum momento, pode haver contemplação com isso”, disse o general aos distritais.
Não esteve no acampamento do QG
Ao ser indagado se compareceu a mobilização organizada por bolsonaristas no Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano, desde que saiu o resultado das urnas, Augusto Heleno afirmou categoricamente que nunca esteve no local onde foi montado o acampamento.
Durante seu depoimento, o general reiterou por diversas vezes a sua lealdade ao presidente Jair Bolsonaro. Questionado se ele não poderia ter pedido ao ex-chefe que desse uma declaração para dar fim ao acampamento do QG, o militar disse que não cabia a ele fazer isso. Augusto Heleno não hesitou em ler as atribuições e competências do GSI para os distritais.
Veja abaixo o trecho do depoimento do general Augusto Heleno em que ele condena a atuação dos bolsonaristas:
(Expressão Brasiliense)