• 02/05/2024

Em depoimento aos distritais, Anderson Torres se exime de qualquer culpa sobre falhas na segurança no dia 8 de janeiro

Depois de tanto esperar, enfim, os deputados distritais que integram a CPI da CLDF que investiga os atos antidemocráticos ocorridos na capital federal, nos dias 12 de dezembro de 2022 e 8 de janeiro deste ano, conseguiram tomar o depoimento do ex-ministro do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, nesta quinta-feira (10), durante reunião ordinária do colegiado. Ele ficou preso por 117 dias e se encontra em prisão domiciliar.

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Com a ida de Torres à CPI da CLDF, nos bastidores, a expectativa dos distritais era de que ele revelasse algum fato que pudesse esclarecer as eventuais falhas na execução do protocolo de ações integradas (PAI), que é um documento que serve de referência das ações e atividades que precisam ser realizadas por cada órgão envolvido em eventos como os do dia 8 de janeiro.

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Em seu depoimento, o ex-ministro de Bolsonaro afirmou que “esse é um dos PAIs mais completos que nós temos aqui no Distrito Federal”. Ele explicou que o planejamento previa o isolamento da Praça dos Três Poderes, o fechamento da Esplanada dos Ministérios, entre outras ações.

Como tinha uma cópia do documento, Torres pediu para ler o PAI. Coincidentemente, o ex-secretário de Segurança fez questão de fazer a leitura das atribuições que eram de competência da Polícia Militar do DF. O delegado da Polícia Federal lembrou que cada órgão é responsável por cumprir o seu papel.

“É feito o PAI e daqui (apontou para o documento), cada instituição faz o seu planejamento interno. Não sou eu que digo quais são os meios que serão usados, quantos policiais, vem o Choque, se vem o Bope e se vem o canil. Cada instituição é responsável por isso”, explicou.

Anderson Torres mencionou que  a reunião que definiu o PAI do dia 8 de janeiro contou com a presença de representantes do STF, do Congresso Nacional e de outros órgãos.

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“Cada um sai da reunião, assina (o documento), depois recebe o PAI e saí de lá com a responsabilidade de voltar para suas bases e fazer o seu planejamento próprio de acordo com a sua expertise e de acordo com o que ficou acordado aqui”, enfatizou tornando a apontar o dedo para o documento.

Segundo ele, “não seria necessário fazer um novo PAI. Seria necessário cumprir isso aqui à risca com base nas informações de inteligência”.

Houve falhas

O delegado da PF destacou que na sexta-feira (6), data em que viajou para os Estados Unidos, não tinha chegado nenhum ônibus e que havia apenas “uma meia dúzia de gatos pingados” se organizando para os atos do dia 8.

“Se no sábado, a coisa evoluiu, eles tinham toda a atribuição para poder resolver. O PAI estava aqui para ser cumprido, ele não foi. Houve falhas”, disse Anderson.

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Ao ser questionado sobre de quem seria a falha pelo presidente da CPI, deputado Chico Vigilante, do PT, o ex-ministro respondeu que “é o que tem que ser apurado aqui”.

As declarações de Anderson Torres reforçam a tese de que houve sabotagem no esquema de segurança planejado para o dia 8 de janeiro. Ele ainda falou sobre a minuta do decreto do golpe, sobre o seu envolvimento nas ações da PRF no dia da eleição e explicou o motivo de ter viajado com sua família dias antes.

A CPI da CLDF ainda tem mais oitivas marcadas para este mês de agosto. Na reunião desta quinta, o deputado Hermeto, do MDB, que é relator da CPI, não participou. Ele se encontra de licença-médica e foi substituído pelo também emedebista, Iolando.

Na próxima quinta, dia 17, os distritais vão ouvir o delegado da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro.

Foto: Divulgação/Ag. CLDF

(Expressão Brasileinse)

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