• 03/05/2024

Deputado Ricardo Vale afirma que DF precisa se mobilizar contra feminicídio

Ceilândia/P Sul, tarde de sábado (04). Izabel Aparecida Guimarães de Sousa, 36, é assassinada na presença da filha de oito anos, com um tiro na testa.

A arma, uma pistola 9mm, foi apreendida. O ex-companheiro e assassino confesso, Paulo Roberto Moreira Soares, 38 anos, ainda está foragido.

Nos primeiros 39 dias do ano, de 2023, Izabel já é a quinta vítima de feminicídio no Distrito Federal. As outras quatro mulheres foram mortas, pelos seus respectivos companheiros, no curto espaço de 19 dias.

A escalada dessa modalidade de crime contra mulheres, acendeu a luz de alerta de parlamentares e do próprio governo.

O vice-presidente da Câmara Legislativa, Ricardo Vale (PT), disse que o DF precisa se mobilizar contra a escalada da violência, que abate mulheres indefesas, mesmo que as vítimas tenham recorrido aos mecanismos de proteção criados pelo Estado.

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Ricardo Vale afirmou nesta quinta-feira(09), que esse tipo de crime, reflete o machismo estrutural e violento da sociedade brasileira e vem colocando o Distrito Federal na liderança do ranking nacional, de violência contra mulheres.

Para o distrital, a iniciativa anunciada pela governadora interina Celina Leão, na última segunda-feira(06), de criar uma força-tarefa que envolve vários órgãos de governo, inclusive do Poder Legislativo, “foi providencial, mas não alcançará o seu objetivo, na prevenção do feminicídio, se não houver o envolvimento de toda a sociedade brasiliense, principalmente dos homens”.

Anteontem, da tribuna da Câmara Legislativa, o distrital pediu um minuto de silêncio pelas cinco primeiras vítimas de feminicídio do ano, no DF.

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Ele propôs um debate mais profundo sobre as causas, muitas vezes silenciosas. Vale defende que a participação dos homens no debate, é fundamental.

“É quando passarão entender sobre os males causados pela violência contra a mulher, consequentemente, passam a conscientizar outros homens”.

O distrital disse ainda, que apesar do esforço de todos, o combate ao crime de feminicídio não será uma tarefa fácil e nem terá seus reflexos sentidos a curto prazo.

“As ações de hoje, envolvendo todos os órgão de governo, não vão evitar que uma mulher, em qualquer lugar do DF, seja a próxima vítima, quando ainda não nos recuperamos do choque, e da nossa indignação, com o caso Izabel Aparecida, assassinada a tiros na presença da filha”, pontuou.

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Mesmo com o rigor da lei, que qualifica o crime de feminicídio como hediondo com prisão de 12 a 30 anos, ainda assim, segundo o deputado, é preciso fazer uma ampla política de conscientização.

Ele lembrou ser o autor de uma lei que obriga a promoção de ações de valorização das mulheres e combate ao machismo, nas escolas públicas do Distrito Federal.

Embora a lei esteja em vigor desde 2017, na prática, não é aplicada pela Secretaria de Educação. Ricardo disse não saber até hoje, por quê.

“Ou nos juntamos para conscientizar, de forma urgente as gerações atuais e as gerações futuras, de que quem ama não mata, ou estaremos assistindo à brutalidade machista crescer”, disse o parlamentar.

(Radar DF)

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