• 09/12/2024

Delação de Cid levou PF ao coração do golpismo

As articulações para manter Jair Bolsonaro no cargo se davam com desenvoltura no coração do governo. Uma equipe formada por políticos, militares, operadores e agitadores digitais dava expediente nos palácios, ministérios e quartéis.

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Os alvos da operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (8) são alguns dos principais integrantes dessa conspiração, liderada de maneira pouco discreta por Bolsonaro. Ainda que houvesse barulho em público, a revelação dos detalhes do envolvimento de cada personagem dependeu de uma testemunha com acesso privilegiado à trama golpista.

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A delação do coronel Mauro Cid, auxiliar inseparável de Bolsonaro, abasteceu a ação da PF contra a cúpula da organização. Foi o ajudante de ordens da Presidência o autor de depoimentos que apontaram o papel de dois nomes da operação: o ex-assessor Filipe Martins e o almirante Almir Garnier dos Santos.

Cid revelou episódios que deram materialidade ao complô e derrubaram a versão de que a tentativa de golpe era um delírio de vovós ou militantes amalucados. Segundo o coronel, após a derrota na reeleição, Martins levou ao presidente a minuta de um decreto para segurar Bolsonaro no poder, convocar novas eleições e prender adversários.

Além dos personagens delatados por Cid, a ação da PF chegou a personagens que agiram publicamente por esse objetivo. Aí estão o general Walter Braga Netto, que inaugurou a instrumentalização do Ministério da Defesa para detonar a credibilidade das urnas eletrônicas, e Valdemar Costa Neto, que usou o PL como veículo para contestar a votação.

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A operação atinge o alto escalão de uma máquina que usava recursos políticos e militares para interferir no processo democrático.

(Folha de São Paulo)

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