Com a posse nesta sexta-feira (1º/2) dos novos integrantes do Congresso Nacional, a bancada do Distrito Federal no Senado e na Câmara sofrerá uma renovação de mais de dois terços e chegará com caras novas. Levando-se em consideração todos os deputados eleitos, o índice de renovação na Câmara nesta eleição foi de 47,37%, segundo cálculo da Secretaria-Geral da Mesa (SGM).
Pelos números proporcionais, é a maior renovação desde a eleição da Assembleia Constituinte, em 1986. Foram eleitos 243 deputados “novos” (de primeiro mandato) e reeleitos 251 deputados, de um total de 444 candidatos à reeleição. Na bancada do DF, das oito cadeiras reservadas a representantes da capital do país na Câmara dos Deputados, cinco serão ocupadas por mulheres nos próximos quatro anos. No Senado, Leila Barros (PSB) será a primeira senadora eleita pelo DF.
Foi feito um perfil de cada novo integrante da bancada distrital dentro do Congresso Nacional, tanto na Câmara quanto no Senado Federal. Entre as bandeiras mais marcantes, os estreantes defendem educação, geração de emprego e questões sociais, incluindo direitos humanos. A maior parte da bancada é apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e deve acompanhar o Palácio do Planalto nas votações de interesse do Executivo.
Conheça os novos congressistas:
Mesa Diretora
Parlamentar experiente, Izalci Lucas (PSDB) já toma posse no Senado Federal como articulador para a presidência da Casa. O tucano tem participado ativamente dos bastidores da campanha para a sucessão de Eunício Oliveira (MDB-CE) e critica a quantidade de candidatos que pretendem disputar a cadeira. “O problema maior é que muita gente quer ser candidato apenas para aparecer, fazer discurso, mas sabe que não tem a mínima condição de ganhar. Isso acaba prejudicando todo o processo. Às vezes, por interesses individuais, você acaba comprometendo o coletivo”, reclamou o novo senador.
Mesmo com os olhares voltados para a escolha do novo comando da Câmara dos Deputados, a estreante Celina Leão (PP) vê com bons olhos as movimentações dos novos integrantes das duas Casas legislativas. “O Brasil vive um novo momento e vai precisar de parlamentares corajosos que vão ajudar na aprovação de medidas e mudanças estratégicas que o país precisa passar”, disse ela.
Deputado distrital por dois mandatos, Júlio Cesar (PRB) já ingressa na Câmara dos Deputados com a força da bancada evangélica. Representante da Igreja Universal do Reino de Deus, o novo parlamentar é um dos cotados para ocupar a 3ª Secretaria da Casa, batendo chapa com o deputado federal Fábio Faria (PSD-RN). Os dois disputam o apoio de Rodrigo Maia (DEM-RJ), candidato à reeleição para a presidência da Câmara.
Também estreante no Congresso Nacional, a ex-primeira-dama do DF Flávia Arruda (PR) disse que pretende reverter a grande votação recebida em outubro de 2018 em benefícios para a população do DF. A nova parlamentar acredita que a renovação na Câmara dos Deputados ajudará esse resultado.
“É uma expectativa grande, porque estamos num momento de renovar as esperanças. Num momento em que o país pede mudanças, a renovação do parlamento é parte fundamental para isso. Fico muito feliz de participar desse momento”, pontuou.
Educação
Com dois mandatos na Câmara Legislativa, o professor Israel Batista (PV) quer aproveitar a bagagem para defender e melhorar a educação pública do povo brasileiro. “Fato é que 93% dos estudantes que concluem o ensino médio não sabem fazer cálculo de porcentagem. Teremos menos acesso às universidades. Enquanto isso, nosso país faz um debate raso que cerceia a liberdade do professor em sala de aula e coloca em xeque a Teoria da Evolução”, criticou.
Em tom mais ameno, a também neófita Paula Belmonte (PPS) espera construir o diálogo entre diferentes bancadas como forma de conquistar benefícios para a população. “O índice de renovação do Congresso foi muito grande e nosso desafio é fazer a renovação de verdade. Primando pela ética, pela fiscalização dos gastos públicos e com prioridade aos que mais precisam, principalmente nossas crianças e jovens”, defendeu.
Os demais congressistas – como Leila Barros e Luís Miranda, também foram procurados pela reportagem, mas não haviam decidido se pronunciar até a última atualização desta reportagem.
(Metrópoles)