Os países do G7 oferecerão nesta quarta-feira, 12, um plano com compromissos de longo prazo para investimento militar na Ucrânia, que na terça-feira teve suas esperanças de obter um calendário definido para a adesão à Otan frustradas.
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O segundo e último dia da reunião de cúpula da Otan em Vilnius, capital da Lituânia, conta com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, como convidado. Na terça-feira, ele criticou duramente a aliança militar por não definir os prazos de adesão.
A Otan prometeu que convidará a Ucrania a entrar para a aliança quando todos os aliados estiverem de acordo e “as condições forem cumpridas”, sem oferecer um cronograma detalhado para concretizar o objetivo.
Ao chegar à sede da reunião da aliança militar nesta quarta-feira, Zelensky declarou que deseja estar “na mesma página” que a Otan sobre as condições de adesão. “Vamos conversar durante o dia e lutaremos pelas garantias de segurança para a Ucrânia”, disse.
Quase ao mesmo tempo, a conselheira da Casa Branca para Assuntos Europeus, Amanda Sloat, afirmou que os compromissos de longo prazo representam um sinal direto para a Rússia. “Esta declaração multilateral enviará um sinal importante à Rússia de que o tempo não joga a seu favor”, afirmou.
O G7 anunciará como ajudará a Ucrânia a derrotar a Rússia e a impedir um novo ataque nos próximos anos. A ideia é mostrar a Moscou que deve abandonar a ilusão de uma eventual redução no apoio a Kiev.
O anúncio do grupo (formado por Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos) deve proporcionar uma estrutura sob a qual cada país adotará, posteriormente, acordos bilaterais com a Ucrânia para definir as armas que serão entregues.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propôs um modelo para a Ucrânia similar ao que seu país mantém com Israel, que inclui o compromisso de 3,8 bilhões de dólares em ajuda militar durante uma década.
Em coincidência com a reunião de cúpula, as tropas russas executaram pela segunda noite consecutiva um ataque com drones contra Kiev e sua região, anunciou o comandante da administração militar da capital ucraniana nesta quarta-feira.
“Todos os drones explosivos Shahed, de fabricação iraniana, foram detectados destruídos”, afirmou Sergiy Popko no Telegram. “Não há informações sobre vítimas e danos no momento”.
Bilhões de dólares já foram enviados à Ucrânia
Os países ocidentais já enviaram armas avaliadas em dezenas de bilhões de dólares à Ucrânia para ajudar o país a lutar contra a invasão russa.
O governo da Alemanha anunciou na terça-feira que fornecerá mais tanques, sistemas de defesa antimísseis Patriot e veículos blindados avaliados em mais 700 milhões de euros.
A França revelou o envio de mísseis de longo alcance do tipo SCALP e uma coalizão de 11 nações informou que começará a treinar pilotos ucranianos em caças F-16 a partir de agosto.
As promessas, no entanto, não atendem a aspiração de Zelensky de ver a Ucrânia sob o guarda-chuva de proteção da defesa coletiva da Otan.
No primeiro dia da reunião em Vilnius, os líderes da organização destacaram que o “futuro da Ucrânia está na Otan” e encurtaram o processo de adesão de Kiev à aliança.
Porém, um comunicado divulgado pela organização frustrou as expectativas de Zelensky: “Apresentaremos um convite para que a Ucrânia se junte à Otan quando os aliados estiverem de acordo e as condições forem cumpridas”.
Antes de viajar à Lituânia, Zelensky criticou duramente a aliança, ao afirmar que não oferecer à Ucrânia um prazo para a adesão era “absurdo”. “A incerteza é uma fraqueza”, acusou.
Como parte da tentativa de convencer Zelensky de que Kiev está se aproximando da aliança, a Otan organizou em Vilnius a primeira reunião do conselho Ucrânia-Otan.
O conselho oferece ao presidente ucraniano um diálogo direto nas discussões com a aliança, mas ainda está longe de significar que o país já pertence ao clube.
(AFP)