Os pesquisadores alertam sobre a necessidade de estar atento à anosmia para suspeitar da infecção pelo novo coronavírus
A anosmia, nome dado à perda temporária de olfato e paladar, é o maior indicativo de uma pessoa está infectada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). É isso que concluiu uma nova pesquisa feita na Inglaterra e divulgada nesta semana no jornal científico PLOS One. Com isso, o sintoma supera outros já conhecidos da covid-19, como a febre e a tosse.
Na análise, foram estudados 590 pacientes que perderam o olfato em algum momento em 2020 e a descoberta foi que 77,6% deles tinham anticorpos para o novo coronavírus. Ou seja, esses pacientes tiveram a covid-19 em algum ponto deste ano.
A perda de olfato acontece porque o vírus tende a infectar áreas como o fundo do nariz e a garganta, uma vez que trata-se de uma doença respiratória infecciosa que tem nariz e boca como principais portas de entrada no organismo.
No estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade College London (UCL). entre os participantes que tinham anticorpos, 40% não apresentaram nenhum outro sintoma da covid-19.
Os pesquisadores alertam que, apesar de muitos pensarem na covid-19 como uma doença que causa febre e tosse acima de tudo, é importante estar atento à perda do olfato no dia a dia sem estar com coriza ou “nariz entupido”.
“A perda aguda do sentido do olfato precisa ser considerada globalmente como um critério de auto-isolamento, teste e rastreamento de contato”, diz, em comunicado, Rachel Batterham, pesquisadora da divisão de medicina da UCL.
Ainda assim, não é a primeira vez que a perda de olfato é reportada em um estudo como um dos principais sintomas da infecção pelo novo coronavírus. Uma pesquisa da King’s College London estimou que 60% das pessoas que têm a covid-19 perdem olfato e gosto temporariamente.