• 22/11/2024

Milhas aéreas perdem valor com inflação e juntar pontos fica mais difícil

Por Agência O Globo

A alta dos preços das passagens aéreas provocou também uma desvalorização das milhas. O consumidor vem perdendo em dois lados: precisa de muitos pontos para viajar e leva mais tempo para acumular o crédito.

Veja também

Saiba como evitar acidentes graves com uso de panela de pressão

Segundo levantamento da plataforma MaxMilhas, a média de milhas exigidas por passagem aumentou 17% neste ano em todos os trechos comprados, na comparação com o ano passado. Em maio de 2021, eram necessárias, em média, quase 6 mil milhas para viajar entre as maiores capitais do país. Neste mês, são necessárias mais de 10 mil.

A ponte aérea Rio-São Paulo teve uma inflação de milhas ainda mais expressiva, de cerca de 70% em 12 meses. Pesquisa feita pelo GLOBO considerando um mês de antecedência para apenas uma perna de trechos, encontrou bilhetes valendo entre 7.300 a 40.500 pontos.

Leia também   Anvisa aguarda mais informações para avaliar testes com vacinas nacionais

Excluídos: Para não perder iates, bilionários russos ficam de fora de festas no ‘esquenta’ do verão europeu

Além dos preços das passagens, o volume de milhas necessário para viajar leva em consideração a disponibilidade de assentos, a quantidade de voos abertos para um destino, a antecedência e se é alta ou baixa estação.

Câmbio atrapalha

José Ronaldo Souza Júnior, economista e professor do Ibmec, explica que muitos cartões de crédito convertem os gastos em milhas usando como paridade o dólar. Ou seja, a cada dólar gasto, o cliente recebe um ponto de recompensa. Com o real desvalorizado, fica mais difícil juntar o necessário para emitir bilhetes.

Leia também   Receita paga 4ª lote da restituição do Imposto de Renda 2021

— A mesma compra em real no cartão de crédito vai gerar um acúmulo de milhas em torno de 20% menor na comparação entre janeiro de 2020 e agora, considerando o patamar do dólar — calcula o economista.

Despacho gratuito de bagagem: No mundo, só Cuba e Coreia do Norte liberam mala de graça

O acúmulo de milhas ainda se mantém vantajoso apenas em decorrência de um voo, já que a proporção do benefício acompanha os valores das passagens. Após a flexibilização das restrições sanitárias, alguns programas de fidelidade mudaram a política de arrecadação de pontos para incentivar os passageiros.

Leia também   Anvisa pede para denunciar vacinas falsas vendidas na internet

A Smiles liberou a participação daqueles que adquirem passagens nas tarifas Promo e Light, o que não era possível antes da pandemia. Para ambas, cada real no valor da passagem equivale a uma milha Smiles. Para a Plus, R$ 1 se converte em 2 milhas, e na tarifa Max, R$ 1 dá 3 milhas.

Essa forma de repasse, no entanto, ainda é minoria. Dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf) mostram que, dos 97,1 bilhões de pontos e milhas emitidos no quarto trimestre de 2021, só 4,8% foram adquiridos por companhias aéreas. O restante, 95,2%, foram usados por bancos e pelo varejo para repasse em seus programas de fidelidade.

Read Previous

Educação, saúde e economia: o que levou jovens a tirarem o título?

Read Next

Pesquisas apontam que Ibaneis e mais oito governadores se reelegerão