Os celulares, acessórios indispensáveis para os indivíduos no âmbito social e profissional, estão entre os objetos de uso pessoal com alto nível de contaminação. Diante desse cenário, o mais indicado é não emprestar o aparelho para outras pessoas e fazer a higienização frequente no telefone, tanto no teclado e na tela quanto na parte traseira do celular, já que o contágio pode ocorrer pelas mãos ou pela boca, diretamente conectados ao aparelho.
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A médica infectologista Ana Helena Germoglio, de Brasília, destaca: “O nosso celular transporta várias bactérias, principalmente agora que ele virou praticamente um computador de bolso, que todo mundo usa para tudo e em qualquer lugar. A gente sempre pensa que tem muita bactéria apenas na superfície, onde tem o touch scream, mas alguns estudos mostram que a carga bacteriana pode ser muito maior na parte de trás do celular, que é justamente onde a gente segura ele”.
De acordo com ela, grande parte dessas bactérias e microrganismos já fazem parte da flora do proprietário do aparelho, ou seja, acabam sendo mais inofensivos para o usuário. “Alguns estudos mostram que são organismos que fazem parte da flora da pessoa que usa o celular com maior frequência. É claro que, quando o celular é compartilhado, temos uma diversidade maior, mas quando é de uso pessoal, costuma ter a mesma flora das mãos do usuário. Os mais comuns são: Estafilococos (Staphylococcus), estreptococos (Streptococcus) e Micrococcus, que são os microorganismos mais comuns encontrados na nossa pele, na cavidade oral, nos nossos pulmões; é aí que vem o maior grau de contaminação do nosso celular, informa a infectologista.
Para higienizar o aparelho celular, o ideal é utilizar o álcool isopropílico. “A gente pode e deve higienizar o nosso celular sempre, mas não se deve usar o álcool gel, ele danifica os componentes do aparelho. Então, para higienizar sem danificá-lo, o ideal é usar o álcool isopropílico. Existem algumas substâncias que são vendidas especialmente para limpar tela do celular, de televisão, mas se for comprar, que seja o álcool isopropílico e, jamais, o álcool gel, pois danifica mesmo o telefone”, ressalta Ana Helena.
“Mas para nós, por exemplo, profissionais de saúde, que examinamos pacientes, sempre antes e depois de examiná-los, precisamos higienizar as mãos justamente para não levar as bactérias, nem do meu celular para o paciente e nem do paciente para outro, ou para mim. Já para as pessoas que não trabalham em ambiente hospitalar, mesmo a gente sabendo que tem muita bactéria no celular, a gente não consegue exatamente dimensionar o risco, até porque ali só vão ter as minhas próprias bactérias, então não há tanto problema em relação a isso”, ressalta Ana Helena. “Mas volto a dizer, é sempre de bom tom a gente manter higienizado o celular e as mãos, principalmente, para evitar passar doenças para outras pessoas. E evitar de levar à mão a boca, que é uma das grandes fontes de infecção no corpo humano”, finaliza.