• 03/05/2024

Morta no DF, Noélia havia denunciado duas agressões domésticas

A vendedora Noélia Rodrigues de Oliveira, 38 anos, encontrada morta na última sexta-feira (18/10/2019), no Assentamento 26 de Setembro, em Vicente Pires, havia registrado duas ocorrências de violência doméstica, contra o atual marido – com quem tem dois filhos – em 2010, e contra o ex-companheiro – pai de seu primogênito –, em 2007.

As denúncias não prosperaram nem chegaram à Justiça. Não há, porém, informação se Noélia retirou as queixas ou se os inquéritos foram arquivados.

Geraldo Madureira, advogado do marido da vítima, Marcos Paulo, alega que o fato ocorreu há nove anos e não tem qualquer conexão com o crime desta sexta-feira. Segundo Madureira, esse foi o primeiro e único registro contra seu cliente. “Confiamos no trabalho da Polícia Civil e acredito na inocência do meu cliente”, sustentou.

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Segundo Geraldo Madureira, defensor de Marcos, o cliente é considerado suspeito pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), mas colabora com as investigações. O crime é investigado como feminicídio. “Ele está sendo tratado como suspeito por causa de um protocolo equivocado da PCDF, que tratou o caso como feminicídio. Ele já foi ouvido e prestou esclarecimentos, não depoimento”, explicou Madureira em entrevista, na sexta-feira.

Marcos foi chamado pela delegada-chefe do caso, Adriana Romana, para, de acordo com o advogado, ela devolver os bens apreendidos do homem. Os investigadores apreenderam a moto, o carro e as roupas usadas por ele no dia em que Noélia se encontrava desaparecida. “Depois que colherem as provas, os policiais vão direcioná-las para outras possibilidades. O que ele disse ontem ampliou as possibilidades. Já entregou carro, moto e roupas para perícia, um indício de que ele não tem culpa. Está deixando claro que nada teve a ver com essa tragédia”, disse Madureira,  na ocasião.

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Desaparecimento
Noélia foi vista pela última vez com vida na saída de um shopping na Asa Norte, local onde trabalhava. Nas imagens, é possível observar a vítima ao celular. À polícia, o marido contou que falou com a mulher por telefone, dizendo que a buscaria no ponto de ônibus, como era rotina entre o casal.

Dessa vez, porém, Noélia não desceu do ônibus, o que levou Marcos Paulo a iniciar uma campanha de “procura-se” na internet, além de acionar a PCDF. Noélia foi encontrada morta, em Vicente Pires, com um tiro no rosto.

O adeus
Um misto de tristeza e revolta marcou o velório da vítima, no cemitério de Taguatinga. O corpo chegou ao local por volta das 12h30, e o sepultamento estava previsto para as 16h. Marcos Paulo chegou à Capela 1 com os dois filhos mais novos – um garoto de 5 anos e uma menina de 9 –, enquanto o mais velho, de 16, já estava no local. As crianças choraram muito e foram levadas embora logo depois.

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Noélia era a caçula de 14 irmãos. Um deles, Odemar Oliveira Guedes, 42, veio do Tocantins para o enterro. “Meus pais moram no Ceará e não puderam vir pela idade. Só Deus sabe o que estão passando. Queremos que as autoridades tomem providências. Minha irmã era muito trabalhadora”, falou. “Só Deus sabe o que estamos sentindo. Espero que a justiça seja feita, a de Deus e a do homem.”

(Metrópoles)

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