Seguindo os mesmos passos de Milton Nascimento, o icônico Gilberto Gil, patrimônio da música popular brasileira (MPB), anunciou que se aposentará no ano que vem. A notícia foi divulgada pela assessoria do cantor, de 82 anos, neste sábado, 29.
Por ora, a aposentadoria será somente para as apresentações em shows e festivais. Antes de se despedir de vez dos palcos, Gil ainda deve se apresentar no Brasil, Estados Unidos e Europa. O próximo show confirmado do cantor em terras brasileiras será na cidade de Curitiba (PR), no Teatro Positivo, no dia 9 de novembro.
Ao todo, o artista baiano ficou em atividade por mais de 60 anos e se tornou um dos principais nomes do Tropicalismo e da música popular brasileira. Vencedor de 9 Grammys, coleciona mais de 780 músicas e quase 60 discos, tendo cerca de 4 milhões de cópias vendidas. O último trabalho gravado foi “Ok Ok Ok”, álbum lançado em 2018.
Histórico e icônico
Autor de clássicos como “Aquele Abraço”, “Refazenda” e “Andar com Fé”, Gil não só é um dos maiores expoentes da música no Brasil como também transcendeu a carreira como artista e conquistou espaços na política.
Em 1999, foi nomeado pela Unesco como “Artista pela Paz”. Chegou a se tornar ministro da Cultura nos dois primeiros anos do governo Lula, em 2003 e 2008, e também se tornou embaixador da ONU para agricultura e alimentação no começo dos anos 2000.
Desde 2022, o também escritor Gilberto Gil ocupa a cadeira de número 20 da Academia Brasileira de Letras.
A carreira como cantor começou nos anos 1960, ao lado de outros grandes nomes do Tropicalismo como Gal Costa, Caetano Veloso e Os Mutantes (com Rita Lee). Além de ser reconhecido como um dos fundadores do movimento, Gil também marcou a história da música brasileira como um dos artistas críticos ao regime militar de 1964, tendo sido exilado do Brasil em 1969.
Nos últimos anos, o cantor tem se apresentado em festivais no Brasil e no exterior. Em março de 2024, se apresentou no Lollapalooza e, em setembro, já tem shows agendados na China, Japão, Singapura e Coreia do Sul, segundo informações do colunista Ancelmo Gois.
(Portal Exame)