A Walt Disney Co. não está para brincadeira quando o assunto é streaming. Mesmo que o número de assinantes de seu principal canal, o Disney+, tenha ficado abaixo do que analistas esperavam no primeiro trimestre de 2021, a marca deve investir quase o dobro do que sua maior rival, a Netflix, até o final do ano.
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A companhia do Mickey Mouse injetará pelo menos 30,05 bilhões de dólares em seus três principais canais de streaming, Disney+, Hulu e ESPN. As informações são de um relatório Wall Street Journal divulgado pela Wells Fargo.
O investimento é quase o dobro dos 17,04 bilhões de dólares que a Netflix deve desembolsar nas produções deste ano.
No ranking liderado pela Disney, a Netflix fica em terceiro lugar. A segunda colocação fica com a NBC Universal, que deve alocar cerca de 18 bilhões de dólares em conteúdos.
O relatório estima, ainda, que a Disney investiu cerca de 28,9 bilhões de dólares em suas plataformas de vídeo sob demanda no ano de 2020. O acréscimo de quase 3 bilhões de dólares no orçamento deve privilegiar produções originais no Disney+ e mais conteúdos destinados ao público adulto no Star+, como esportes.
Ameaça para a Netflix?
Os enormes investimentos nos canais de streaming por parte da Disney fazem parte do plano da companhia de conquistar pelo menos 230 milhões de assinantes até o final do ano fiscal de 2024. No curto prazo, entretanto, a montanha de dinheiro que está sendo alocada ano a ano não parece colocar o reinado na Netflix em xeque.
Na verdade, a Disney está jogando alto apesar do número de assinantes do Disney+ terem ficado aquém do que previam os analistas de mercado. A companhia disse ter fechado o primeiro trimestre deste ano com 103,6 milhões de assinantes. Os especialistas esperavam em 109,26 milhões, de acordo com a FactSet.
Juntando os canais Hulu e ESPN, a Disney tem pouco mais de 161 milhões de assinantes, cifra que ainda é menor do que a da Netflix.
Embora o crescimento da Netflix tenha sido ruim no primeiro trimestre, um acréscimo pouco menos que 4 milhões de usuários, no total, o streaming do logo vermelho tem 207 milhões de usuários.
Por assinante, a Netflix também sai na vantagem: a receita arrecadada com cada usuário é de 14,25 por mês nos EUA e Canadá. Já a média da Disney é de 5,61 dólares mensais por cliente.
Ainda assim, a Disney não acanha os investimentos. A explicação é simples. Diferente dos outros serviços, a marca tem fontes de receitas variadas, incluindo parques, cruzeiros, licenciamentos e mais. O caixa garante a possibilidade de focar os investimentos naquilo que parecer mais promissor para a companhia.