• 03/05/2024

Como ficam os investimentos e a poupança com a Selic a 9,25%

Por Estadão Conteúdo

O rendimento bruto da poupança sobe de 0,44% para 0,5% ao mês agora que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa básica de juros a 9,25%. Este foi o sétimo aumento consecutivo da Selic. Apesar do rendimento mais alto, a poupança é uma das aplicações que traz o menor retorno real ao investidor, ainda mais com a inflação projetada a 10,18% neste ano, segundo o Boletim Focus mais recente.

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Segundo a regra do Banco Central, a poupança rende 70% da Selic mais a taxa referencial (TR) quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano. Acima disso, o rendimento é de 0,5% ao mês mais a TR, que está zerada. “Se pegarmos 0,5% ao mês e levarmos a valor futuro daqui a 12 meses, a poupança vai apresentar uma rentabilidade de 6,17%”, disse Rodrigo Beresca, analista de Soluções Financeiras da Ativa Investimentos.

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Nos cálculos do professor de Finanças da FGV Fabio Gallo, quem depositar R$ 1 mil hoje vai ter uma rentabilidade real negativa equivalente a R$ 43,64 daqui a 12 meses, considerando a inflação estimada. “Todos os investimentos em renda fixa terão retornos reais negativos porque o Banco Central ainda está correndo atrás da curva de inflação”, disse.

Os analistas preveem um ano bem volátil para a renda variável em 2022 por causa das eleições. Além disso, a alta da inflação estará presente tanto por fatores domésticos como internacionais. Não há perspectiva de melhora no câmbio também.

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Nesse ambiente, os especialistas recomendam outras aplicações de renda fixa aos investidores que querem fazer proveito da alta da taxa básica de juros. Entre eles, estão especialmente os papéis atrelados a alguma taxa flutuante, como o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) ou a Selic, para um prazo mais curto, ou ao IPCA+, para um prazo mais alongado. Já quem quer algo no curtíssimo prazo deve cogitar aplicações isentas de Imposto de Renda.

“É realmente um momento muito interessante para investir na renda fixa”, diz Camilla Dolle, head de renda fixa da XP. Apesar de ressaltar que o melhor investimento vai depender do perfil do investidor, ela aponta que, considerando a alta da Selic, o investimento mais indicado continua sendo nos títulos pós-fixados atrelados ao CDI, que acompanha o movimento da Selic.

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Flávio Serrano, economista-chefe da Greenbay Investimentos, concorda: “No cenário em que estamos, já percebemos um fluxo maior para a renda fixa, e a renda variável perdendo um pouco de aplicações.”

A expectativa do mercado é de que a taxa básica de juros continue aumentando até o primeiro semestre de 2022, atingindo 11% ao ano. Depois, segundo especialistas, deve estacionar e pode até, em um cenário econômico mais otimista, começar a cair. Investimentos prefixados passam a ser mais interessantes em um cenário de queda de juros.

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