Moradora há dez anos da QNR de Ceilândia, a baiana Gardênia da Silva Matos, 30 anos, era toda sorriso ao lado de sua mãe Ildene da Silva, 46, durante uma ação solidária semanal permanente promovida no setor pelo Instituto Solidário de Ceilândia – associação privada que desenvolve projetos sociais voltados para as pessoas em situação de vulnerabilidade na região.
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A alegria de mãe e filha tinha mais de um motivo. Elas, e cerca de 70 chefes de famílias cadastrados da região, receberam, nesta terça-feira (8), além das cestas básicas e verdes contendo verduras, legumes e frutas – cadastradas por meio do Banco de Alimentos da Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF) – kits de álcool gel e máscaras, distribuídos pela equipe do Comitê Todos Contra a Covid.
“Ajuda muito. Sem emprego, está muito difícil. Tenho feito bicos como diarista em Taguatinga e Vicente Pires. Essa cesta garante a semana. E melhor ainda foi hoje, que ganhamos álcool gel e máscaras”Gardênia Matos, dona de casa, desempregada
O programa Cesta Verde compra as mercadorias dos agricultores e as distribui para famílias em situação de vulnerabilidade social. Na próxima semana, os contemplados com a ação serão os moradores da QNQ. A iniciativa tem o apoio do Governo do Distrito Federal (GDF), que cedeu o espaço para os encontros comunitários.
Comitê
Coordenado pelo vice-governador Paco Britto, o comitê, desde o início da pandemia, vem realizando ações de proteção contra a covid, distribuindo insumos, principalmente, às pessoas mais carentes. Na tarde desta terça-feira, o comitê distribuiu 106 unidades de álcool gel de 450 mg, além das máscaras, aos moradores da QNR.
Para a dona de casa Gardênia Matos, atualmente desempregada, essa ajuda é essencial para o sustento de seu filho Bryan, 7 anos. “Ajuda muito. Sem emprego, está muito difícil. Tenho feito bicos como diarista em Taguatinga e Vicente Pires. Essa cesta garante a semana. E melhor ainda foi hoje, que ganhamos álcool gel e máscaras”, agradeceu.
Pequena notável
A responsável pelo instituto é a pequena em estatura, mas grande em coração e determinação, Helena Farias de Sousa, 61 anos, carinhosamente conhecida pelos moradores como Heleninha. O instituto existe há 30 anos. Para se ter uma ideia, de janeiro deste ano, até agora, 3.800 famílias vulneráveis foram atendidas. “É um projeto voltado para o social, que atende pessoas cadastradas de baixa renda”, informou.
Segundo Heleninha, neste período de pandemia, cem pessoas são atendidas por semana. “Antes, eram 200. Quando a pessoa melhora de vida, eu vou e substituo por outra que precisa”, completou.
Apesar do trabalho solitário à frente do instituto, ela conta com o apoio da comunidade, por meio da associação de moradores da QNQ e QNR, e também da paróquia São José Operário, matriz que abrange cinco comunidades, dirigida pelo pároco Gilberto, que abençoou o encontro com orações.
Apoio e bênçãos necessários, uma vez que a líder comunitária, além da ajuda com a alimentação em geral, presta auxílio às famílias também no âmbito jurídico e psicológico, e nas questões de moradia, de saneamento básico e de emprego. “Corro atrás de profissionais para prestar atendimento gratuito à comunidade”, frisou.
Heleninha, ao receber o vice-governador, agradeceu sua presença e o apoio do governo ao projeto. “Estamos sempre unidos em oração pelo governador Ibaneis Rocha e por você [Paco Britto]. Essa covid veio para nos ensinar, para nos amadurecer. Todo dia tenho contato com 60 pessoas, mas nunca peguei, graças a Deus! ”, revelou.
Em nome do governador Ibaneis Rocha, Paco agradeceu o convite e lembrou que foi acometido pela doença, reforçando aos presentes a importância da prevenção, com o uso da máscara e da higienização das mãos, além do distanciamento social. “O maior problema é levar [o coronavírus] para as casas, porque não sabemos com quem estamos”, alertou.
“Temos respeito muito grande por todos vocês e por esta instituição, que é referência no DF. E sem o maestro Ibaneis Rocha, esse governo não seria nada. Estamos trabalhando em prol dessa população. Estamos governo, não somos governo”, finalizou, Paco Britto, acompanhado de sua esposa Ana Paula Hoff.
Instituto
O Instituto Solidário de Ceilândia, segundo Heleninha, foi o primeiro a ser registrado na cidade, no dia 26 de novembro de 1990. Em 2004, por exemplo, atendeu, em seu primeiro ato à frente da casa, 200 crianças desnutridas, que se recuperaram graças ao seu trabalho.
Com o lema “capacitar e alimentar”, a líder comunitária disse que, por meio do instituto, procura distribuir as cestas aos que mais precisam e incentivar principalmente as mães para fazerem cursos profissionalizantes. O instituto atende cinco setores mais carentes da sociedade, que englobam a expansão do Setor O, o Setor O, a QNQ, a QNR e o Sol Nascente.
(Agência Brasília)