Os suspeitos de espancar uma idosa de 72 anos – além de roubar a casa dela, na Quadra 23 do Paranoá – são moradores de rua que eram assistidos pela mulher. Ela se voltou aos trabalhos de caridade após ficar viúva, em abril deste ano. O crime ocorreu no dia 27 de agosto, quando dois criminosos pediram para usar o banheiro da casa, e a vítima permitiu o acesso à residência.
Assim que ela abriu a porta, a dupla anunciou o roubo. Eles espancaram a idosa e a golpearam com um objeto perfurante – provavelmente uma tesoura, conforme informou a delegada-chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), Jane Klébia. Um deles chegou a ser preso, mas a vítima, levada em estado grave ao hospital, não o reconheceu como sendo autor do crime. Laudo papiloscópico posterior, no entanto, encontrou as digitais de todos os dedos de uma das mãos dele em uma mancha de sangue.
“Depois que o marido dela morreu, essa senhora começou a usar a aposentadoria dela para cuidar dos moradores de rua da região. Ela dava refeições e deixava eles usarem o banheiro da casa”, disse a delegada.
Por ter sido descartado como autor pela vítima, o homem não pôde ser preso em flagrante. Ele foi liberado após negar envolvimento no caso. Depois da conclusão do laudo, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) já solicitou um mandado de prisão contra os dois participantes do crime, mas os documentos estão pendentes da aceitação do Judiciário.
A idosa sofreu fratura nos ossos da face e tinha marcas de perfuração pelo corpo. Um policial militar que atendeu a ocorrência disse que, quando chegou à residência dela, a idosa estava bastante machucada, ensanguentada e com um pedaço de pano amarrado no pescoço, que pode ter sido usado na tentativa de enforcar a vítima.
A idosa mora sozinha e não tem filhos. Segundo uma sobrinha, ela sempre tem dado comida e dinheiro para moradores de rua que andam pela Quadra 23 – entre eles, os dois suspeitos.
Fonte: Metrópoles