O horário de verão termina no próximo domingo (17), à zero hora. Odiado por alguns e amado por outros, ele é utilizado para gerar uma redução de consumo de energia – que, no caso do DF, chegou à média de 2,7% no horário de ponta do sistema.
De acordo com a Companhia Energética de Brasília (CEB), o valor verificado foi maior que o previsto, já que a estimativa era de 2.2%. Dados demonstram que a demanda máxima registrada em outubro de 2018, antes do início do programa, foi em torno de 1.115MW. Já durante o período de vigência do horário de verão, o consumo ficou em 1.085MW.
A diferença, situa a companhia, representa um alívio no carregamento do sistema correspondente às cargas da região do Guará. Mas a principal vantagem do programa, lembra o diretor de distribuição da CEB, Dalmo Rebello, é reduzir o gasto de energia no horário de pico.
“O menor horário de consumo de energia é durante a madrugada”, explica. “Quando o dia amanhece, inicia o gasto. Isso resulta em uma curva de aumento. Aqui em Brasília, no período da tarde há um consumo grande. No final da tarde, ele começa a cair. Mas temos um horário de ponta tradicional, que é entre as 19h e as 21h, quando as pessoas estão chegando a suas residências e ligam as luzes e aparelhos”.
Redução natural
O diretor esclarece que o maior vilão do consumo é o chuveiro. No DF, as residências representam 50% do gasto de energia fornecida pela CEB. “Durante o horário de verão, a ideia é quando as pessoas chegarem em casa o dia estar claro ainda”, ilustra. “Não precisam ligar as luzes, então há uma redução natural nesse horário de ponta, pelo melhor aproveitamento da luz do dia.”
Dalmo Rebello destaca que o consumo de energia das residências em Brasília é o maior do país. “Em função da renda per capita ser grande, as pessoas têm muito ar-condicionado, televisão, freezer e outros equipamentos que aumentam esse consumo”.
Além disso, a defasagem do horário de verão evita sobrecargas no sistema. “Se não houvesse esse programa, teríamos que evitar essa sobrecarga aumentando a capacidade do sistema, e isso precisaria de investimentos, gerando custos”, contabiliza o diretor. “Todo o setor elétrico teria que estar dimensionado com uma capacidade maior para atender à demanda. As usinas geradoras teriam que gerar mais. As linhas de transmissão e as distribuidoras teriam que ter uma capacidade maior. ”
No Brasil, além de vigorar no Distrito Federal, o horário de verão é adotado por dez estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal. Neste ano, o programa teve início à zero hora de do dia 4 de novembro de 2018.
(Agência Brasília)