• 25/04/2024

Inteligência artificial pode ser chave para tratar doenças mentais

Por Portal Exame

Pesquisadores dos Estados Unidos realizaram um estudo piloto em humanos que indica que, através de inteligência artificial e estimulação elétrica cerebral direcionada, é possível melhorar funções cerebrais humanas específicas.

O estudo, publicado no periódico científico Nature Biomedical Engineering, mostra que o método pode ser uma nova abordagem para o tratamento de doenças mentais graves, como ansiedade e depressão.

A pesquisa analisou 12 pacientes submetidos a cirurgia cerebral para epilepsia no Hospital Geral de Massachusetts. Durante o procedimento, centenas de eletrodos são colocados por todo o cérebro para registrar a atividade do mesmo e identificar a origem das convulsões.

Os pesquisadores identificaram que a cápsula interna — uma região do cérebro responsável pelo controle cognitivo, processo de mudança entre um padrão de pensamento para outro  — melhorava a função mental dos pacientes quando estimulada com pequenas quantidades de energia elétrica.

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Depois, a equipe desenvolveu algoritmos para rastrear a atividade cerebral e as ações da cápsula interna após a estimulação.

“Este sistema pode ler a atividade cerebral, ‘decodificar’ quando o paciente está tendo dificuldade e aplicar uma pequena explosão de estimulação elétrica ao cérebro para impulsioná-lo a superar essa dificuldade“, disse Alik Widge, autor sênior da pesquisa.

De acordo com o estudo, pacientes diagnosticados com ansiedade (além de epilepsia) relataram uma melhora após receber o estímulo cerebral. Eles afirmaram que “foram mais capazes de desviar” pensamentos angustiantes e se concentrar no que queriam.

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Para Widge, os relatos sugerem que o método pode ser usado para tratar pessoas com ansiedade ou depressão severa, além de outras doenças mentais. “A analogia que costumo usar é uma bicicleta elétrica. Quando alguém está pedalando, mas com dificuldade, a bicicleta sente e aumenta. Fizemos o equivalente para a função mental humana.”

O estudo é o primeiro a mostrar que uma função mental humana específica ligada à doença mental pode ser aprimorada de forma confiável usando estimulação elétrica precisamente direcionada.

Ele também trouxe a nova informação de que existem subpartes específicas da cápsula interna do cérebro que são eficazes para o aprimoramento cognitivo.

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“Esta poderia ser uma abordagem totalmente nova no tratamento de doenças mentais. Em vez de tentar suprimir os sintomas, poderíamos dar aos pacientes uma ferramenta que lhes permite assumir o controle de suas próprias mentes“, disse Widge. “Poderíamos colocá-los de volta no banco do motorista e deixá-los sentir um novo senso de controle.”

Agora, a equipe por trás do estudo publicado na Nature está se preparando para os ensaios clínicos. A autora sênior afirmou ao Science Daily que a pesquisa pode ser testada com dispositivos já existentes, o que pode acelerar os resultados dos testes.

 

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