• 26/04/2024

Como funciona a vacina em spray nasal 100% brasileira contra a covid-19

Uma vacina sem agulha, sem dor e sem choro – é essa a proposta dos cientistas brasileiros que estão desenvolvendo um imunizante em spray nasal contra o novo coronavírus. A vacina, que está sendo desenvolvida desde abril de 2020, já apresentou bons resultados em testes com camundongos e caminha para uma aprovação até o final deste ano (se tudo der certo).

A ideia de criar uma vacina em spray não foi por acaso. Segundo o líder da pesquisa, Jorge Elias Kalil Filho, o objetivo do imunizante é atacar o vírus logo em sua porta de entrada para o organismo humano: a mucosa nasal.

Para isso, os pesquisadores identificaram quais eram os alvos mais importantes da resposta imune. “Enxergamos um melhor funcionamento em um fragmento da proteína da espícula que se chama domínio ligante ao receptor [RBD, na sigla em inglês], que é justamente a porção da proteína da espícula que se liga ao receptor da célula humana chamada de ACE-2”, diz.

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Para criar a vacina, foram estudadas 220 amostras sanguíneas de pessoas que se recuperaram da infecção respiratória da covid-19 para entender quais fragmentos do coronavírus geraram uma resposta imune das células T (responsáveis pela defesa do organismo) e quais reconheceram e mataram as células infectadas.

Com base nos estudos, os cientistas desenharam uma molécula artificial híbrida com fragmentos de indução das células T e da RBD. Para levar essa “mistura” até o sistema imune, foram criadas nanopartículas em laboratório.

O objetivo dos pesquisadores é criar uma vacina capaz de fazer com que o corpo humano consiga produzir a resposta imune celular e de defesa, além de gerar uma célula de memória que evitará que o coronavírus consiga se desenvolver e se reproduzir após uma infecção — isso porque, até o momento, não foi comprovado que a memória criada pela própria doença é duradoura.

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As fases para a aprovação de uma vacina

Para uma vacina ser aprovada, ela precisa passar por diversas fases de testes clínicos prévios e em humanos. Primeiro, ela passa por fases pré-clínicos, que incluem testes em animais como ratos ou macacos para identificar se a proteção produz resposta imunológica.

A fase 1 é a inicial, quando os laboratórios tentam comprovar a segurança de seus medicamentos em seres humanos; a fase 2 tenta estabelecer de a vacina ou o remédio produz imunidade contra um vírus. Já a fase 3 é a última do estudo e procura demonstrar a eficácia da imunização.

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Uma vacina é finalmente disponibilizada para a população quando a fase 3 é finalizada e a proteção recebe um registro sanitário.

(Portal Exame)

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