O Banco Central concedeu nesta terça-feira, 30, a autorização para a realização de pagamentos pelo WhatsApp. A medida vem através de arranjos de pagamento instituídos pelas empresas Visa e Mastercard. Com isso, o aplicativo de mensagens fica apto para incorporar funções como transferência e depósito de dinheiro.
Em nota, o Banco Central informou que a expectativa é que “as autorizações concedidas poderão abrir novas perspectivas de redução de custos para os usuários de serviços de pagamentos”.
O Banco Central deixou claro que as autorizações concedidas nesta terça não incluem arranjos vinculados ao Facebook Pay, que ainda seguem em análise pelo órgão.
Ainda não está claro como o novo sistema de pagamentos do WhatsApp vai funcionar. Em nota, o Facebook, que comanda o aplicativo de mensagens, informou que vai divulgar mais detalhes sobre a função assim que ela se tornar disponível – o que ainda não tem data para acontecer.
“Recebemos com muita satisfação a decisãod e hoje do Banco Central sobre a aprovação do nosso pedido de licença como indicador de pagamentos, e estamos empenhados nos preparativos finais para disponibilizar esta funcionalidade do WhatsApp no Brasil assim que possível”, disse a empresa.
Aprovação virou novela
A aprovação era esperada. Principalmente após uma afirmação de Roberto Campos Neto, presidente do BC, em evento realizado nesta terça. “Vejo um casamento entre a mídia social e o mundo de finanças, os controladores têm de entender como regular, enfrentar e o que significa para competição na sociedade.”
A funcionalidade é um desejo antigo de usuários. Em junho do ano passado, a companhia chegou a iniciar testes do recurso no país. Naquela primeira fase, apenas quem tinha cartões de crédito ou débito do Nubank, do Banco do Brasil e do Sicredi poderiam usar o serviço de pagamentos, sob o processamento da Cielo.
O problema é que, semanas depois, o BC suspendeu a testagem sob a alegação de que era necessário realizar uma verificação sobre os riscos da nova tecnologia.
Criou-se, então, a expectativa para que o órgão autorizasse o uso do WhatsApp como um aplicativo de pagamentos no Brasil. O presidente executivo da Cielo, Paulo Caffarelli, afirmou que esperava que o Banco Central retirasse a suspensão imposta já em novembro, o que não aconteceu.
O Facebook não ficou parado e, enquanto não podia adicionar a funcionalidade de pagamentos no WhatsApp, optou por alternativas. Houve o lançamento de um recurso de carrinho de compras com o objetivo de facilitar negócios virtuais realizados pelos usuários do app.
(Portal Exame)