• 03/11/2024

O horário de verão somente retornará em 2023 caso existam ‘evidências’ que comprovem sua necessidade, de acordo com o ministro

O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira (27) que só será adotado novamente o horário de verão neste ano se houver “evidências” da necessidade de racionamento de energia elétrica.

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Silveira, no entanto, afirmou que ainda não há sinais que apontam nesse sentido, da adoção de medidas mais drásticas de racionamento.

“Como o setor elétrico é extremamente sensível e ele depende também, não somente, mas também do índice pluviométrico […] é importante que nós o tempo todo nos mantenhamos precavidos sobre a afirmação de que vai ou não vai acontecer. O horário de verão só acontecerá, é evidente, se tiver sinais e evidências de uma necessidade de segurança de suprimento do setor energético brasileiro”, afirmou o ministro, após evento no Palácio do Planalto.

“Por enquanto, não tem sinais nenhum nesse sentido. Nós estamos com nossos reservatórios no melhor momento dos últimos dez anos”, completou.

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Silveira participou de evento no Palácio do Planalto para a assinatura dos primeiros contratos de concessão de linhas de transmissão de 2023. Também participou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ao deixar o local, ele foi questionado sobre a possibilidade de adotar o horário de verão. Respondeu então que o nível dos reservatórios está em um nível extremamente adequado.

Ressaltou, no entanto, que há preocupação com o índice pluviométrico em algumas cidades do Norte do país, em particular no estado do Amazonas. A pasta avalia, afirmou, se há a necessidade de acionar medidas mais drásticas, como as usinas termelétricas.

O horário de verão estabelecia que, entre os meses de outubro e fevereiro, os relógios fossem adiantados em uma hora —pelo horário de Brasília. A medida buscava reduzir o consumo de energia, aproveitando por mais tempo a luz natural do sol.

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A medida foi extinta no governo do ex-presidente do Jair Bolsonaro (PL). Em abril de 2019, o ex-presidente afirmou que estava tomando a decisão depois que estudos teriam mostrado que não havia mais economia de energia e que o organismo das pessoas seria afetado negativamente.

RELATÓRIO DO APAGÃO

Silveira também foi questionado sobre o relatório do ONS (Operador Nacional do Sistema) acerca do apagão que afetou o fornecimento de energia elétrica em 25 estados e no Distrito Federal, em agosto.

O órgão apontou que uma falha técnica em equipamentos de controle de tensão foi a causa do apagão.

Na minuta do RAP (Relatório de Análise de Perturbação) sobre o apagão, divulgada na noite de segunda-feira (25), o ONS aponta que a performance dos equipamentos de diversos parques eólicos e fotovoltaicos, no perímetro da linha de transmissão Quixadá-Fortaleza II, no Ceará, ficou aquém do previsto.

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Silveira apenas afirmou que se trata de um relatório “técnico” e que “tem credibilidade”.

“O relatório é técnico, a ONS é uma entidade de direito privado que é responsável pela operação do sistema nacional e, portanto, o relatório dela tem credibilidade, exatamente por seu um relatório técnico”, afirmou o ministro.

“Eu tenho absoluta convicção e essa é a determinação do Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico, que é presidido pelo ministro de Minas e Energia e funciona regularmente, para que apurada a causa do evento, todas as providências sejam tomadas para sanar qualquer oscilação que possa gerar qualquer instabilidade do sistema”, completou.

Silveira também disse que a investigação da Polícia Federal deve seguir. “Como uma polícia republicana e independente, elas [investigações] só são concluídas quando a autoridade policial que preside o inquérito acha que tem elementos suficientes para concluir o seu trabalho.”

(Folha de São Paulo)

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