A nova presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, afirmou, após a cerimônia de sua posse na tarde de hoje, que vai afastar ao todo 26 consultores estratégicos, ligados diretamente ao antecessor, Pedro Guimarães. Já foram desligados seis funcionários, além de dois vice-presidentes, que renunciaram aos seus cargos. Guimarães se demitiu depois de virem à tona denúncias de assédio sexual no banco.
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Daniella afirmou que a troca das vice-presidências obedecerá às regras de governança do banco, que exige realização de processo seletivo de executivos por empresa especializada no mercado. Ela disse ainda que vai reestruturar o canal de denúncias do banco estatal, ligado à vice-presidência de Risco e a Corregedoria, que responde diretamente à Presidência.
Essa estrutura favoreceu o encobertamento das denúncias de assédio sexual por Guimarães, conforme relatos de testemunhas investigados pelo Ministério Público Federal.
Daniella Marques mencionou que foi bem recebida na Caixa e que abriu um canal de diálogo direto com as 35 mil funcionárias do banco, com objetivo de acolhimento.
Convite diretamente de Bolsonaro
Ao ser indagada sobre o silêncio do presidente Jair Bolsonaro em relação às denúncias de assédio de Guimarães e a falta de solidariedade em relação as vítimas, respondeu que ele afastou os envolvidos:
— O presidente Jair Bolsonaro tomou a atitude necessária para proteger a imagem da Caixa, afastar os envolvidos. A gente tem que garantir um ambiente seguro para quem está levando (as denúncias), mas tem que garantir independência nas apurações.
Ela contou que recebeu na terça-feira da semana passada uma ligação de Bolsonaro com convite para ocupar o lugar de Guimarães. Ele entregou a carta pedindo o afastamento do cargo na quarta-feira à tarde, um dia após a divulgação dos relatos de assédio sexual contra mulheres no banco, publicadas pelo site Metrópoles.
Marques disse que pretende rever a política de entrada na Caixa no agronegócio do antecessor. Ela também descartou a privatização do banco digital Caixa Tem, criado pela Caixa para pagamento de benefícios sociais durante a pandemia.
(Agência O Globo)