O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta quarta-feira, 16, que o governo federal não decretará o horário de verão no Brasil em 2024.
Silveira afirmou que a decisão foi tomada após reuniões com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e especialistas da área. O ministro deixou em aberto a possibilidade para o verão de 2025.
“Nós hoje, após a última reunião com o ONS, chegamos a conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para este período, para este verão”, declarou Silveira em entrevista coletiva.
O ministro destacou que o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) já afirma que o Brasil retomou o volume normal de chuvas e que a possibilidade de uma crise energética para este ano está descartada.
“Nós temos a segurança energética assegurada, há o início de um processo de restabelecimento ainda muito modesto da nossa condição hídrica. Temos condições de chegar depois do verão em condição de avaliar, sim, a volta dessa política em 2025”.
O então presidente Jair Bolsonaro decidiu revogar o horário de verão em abril de 2019, alegando que a medida tinha pouca efetividade na economia energética. Instituído em 1931 no Brasil, o horário de verão funcionou continuamente de 1985 até 2019.
Por que a volta de horário de verão foi discutida pelo governo
Em setembro, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou o retorno da medida para este ano. Nos estudos apresentados pelo ONS, o operador reconheceu a importância da adoção do horário de verão nos estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Os estudos indicaram que a medida poderia trazer uma redução de até 2,9% na demanda máxima noturna, tanto em dias úteis como aos finais de semana, em quase todas as condições de temperatura.
Estimou-se uma economia de até 2,5 GW de despacho térmico no horário de ponta, o que reduziria custos e contribuiria para a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN), ampliando a capacidade de atendimento das 18h às 21h.
A expectativa era de uma economia no custo de operação em torno de R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro. A economia a partir de 2026 pode aumentar para R$ 1,8 bilhão por ano.
(Portal Exame)