Quase 148 milhões de brasileiros podem ir às urnas neste domingo para escolher prefeitos e vereadores em meio a maior crise sanitária global em um século.
Após uma campanha mais curta e diferenciada devido à pandemia, com limitações ao tradicional corpo a corpo, 19 mil candidatos a prefeito e mais de 518 mil a vereador verão até o final do dia o resultado de seus esforços em 5.568 cidades.
Apesar de o voto ser obrigatório, as preocupações em torno da Covid-19, doença respiratória que já matou mais de 165 mil pessoas no país, colocam em dúvida se a taxa de abstenção desta eleição ficará muito acima do que normalmente é registrado em pleitos municipais.
A relativa facilidade para regularização de ausência do voto e o fato de não haver alternativas –como ocorreu nos Estados Unidos com voto presencial antecipado ou pelos correios– pode levar um número incerto de eleitores a considerar que não vale o risco de encarar possíveis filas nas seções eleitorais.
Se muitos eleitores deixarem de votar, os candidatos que lideram com mais folga a disputa em cidades que podem ter segundo turno podem ser beneficiados e liquidar a eleição já neste domingo.
Talvez pensando numa possível abstenção recorde, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Roberto Barroso, fez um apelo na noite de sábado para que os brasileiros irem às urnas.
“Não deixe de votar. Era triste e feio o tempo em que não tínhamos esse direito”, disse Barroso em pronunciamento em rede nacional.
O presidente do TSE foi além. Procurou estimular os eleitores lembrando que “a sua cidade e o Brasil terão a cara de quem comparecer às urnas”.
“Na democracia não existe nós e eles. Eles são aqueles que nós colocamos lá”, argumentou.
Cerca de 28 mil militares das Forças Armadas apoiarão as eleições deste domingo, tanto em termos logísticos como de segurança.
Na parte da segurança, segundo o Ministério da Defesa, os militares cumprirão pedidos de Garantia de Votação e Apuração (GVA) que, até sexta-feira, envolviam 617 localidades em 11 Estados.
(Reuters)