No mês de abril, 68% dos brasileiros tiveram perda de renda, em decorrência dos aumentos de casos, mortes e internações pela covid-19. Foi também no último mês que o governo federal liberou a primeira parcela do auxílio emergencial a 45 milhões de brasileiros. Entre os que voltaram o benefício neste ano, 71% afirmaram que o dinheiro foi usado para comprar itens de alimentação, e 26% para o pagamento de dívidas.
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Os dados são da mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Invest Pro, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.230 pessoas entre os dias 4 e 5 de maio. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Clique aqui para ter acesso ao relatório completo da pesquisa.
A situação é ainda pior para os jovens, de 18 a 24 anos. Nesta parcela da população, 74% usaram o auxílio emergencial para comprar comida. Entre aqueles que fazem parte das classes D e E, somam 77% os brasileiros que receberam o dinheiro e foram aos supermercados.
“Esses números corroboram a importância do auxílio para manter as pessoas em casa, com o mínimo de condições de sobrevivência. Há uma grande expectativa de que o auxílio só termine em dezembro. Somente 18% acham que o auxílio terminará em julho, como é previsto pelo governo. Então, tem um potencial de perda de popularidade se as expectativas da população não se concretizarem”, diz Maurício Moura, fundador do IDEIA, instituto de pesquisa.
A piora da pandemia também impactou a economia no hábito dos consumidores. O levantamento EXAME/IDEIA mostra que 77% dos brasileiros mudaram de comportamento nas últimas semanas. E para 35%, deixar de frequentar shoppings e comércio foi a principal alteração. Outros 14% relatam que pararam de ir a restaurantes.
Desaprovação de Bolsonaro continua alta
O pagamento do auxílio emergencial costuma ter um efeito de melhorar a imagem do trabalho do presidente Jair Bolsonaro. Mas ao contrário de 2020, quando a concessão do benefício foi rapidamente capturada pela avaliação de desempenho, o movimento não se repetiu ainda este ano.
A desaprovação continua alta, com 52%, sendo a segunda pior desde o começo do governo. A aprovação é de 24%, e os que nem aprovam nem desaprovam somam 22%. Em relação à quinzena anterior, os três percentuais variaram dentro da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.
(Portal Exame)