• 24/11/2024

Tipo de parto afeta o sistema imunológico das crianças, diz estudo

Dar à luz em um parto natural ou por cesariana pode ter mais implicações na vida futura da criança do que se imaginava. De acordo com o estudo Projeto Bioma do Bebê, feito pelo Instituto Wellcome Sanger, UCL e pela Universidade de Birmingham, a forma como o parto é realizado influencia diretamente a formação de bactérias, fungos e vírus que formam o microbioma do bebê. O trabalho foi publicado na revista Nature.

A pesquisa teve como objetivo avaliar como o microbioma se forma após o bebê ser retirado do útero materno, um ambiente estéril. Segundo os pesquisadores britânicos, crianças nascidas por cesarianas têm bactérias intestinais diferentes daquelas que vieram ao mundo por parto natural.

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Quase 600 crianças participaram do trabalho. Os cientistas coletaram amostras regulares das fraldas dos bebês durante o primeiro mês de vida deles. Alguns tiveram suas amostras fecais analisadas durante todo o primeiro ano de vida.

Os bebês nascidos por parto natural receberam a maioria das bactérias precoces da mãe, enquanto as crianças nascidas por cesariana apresentaram altos níveis de bactérias hospitalares, como Klebsiella e Pseudomonas.

O contato do bebê com as bactérias vaginais da mãe, no caso do parto natural, atuaria como um regulador para o sistema imunológico do recém-nascido. Isso quer dizer que essas primeiras bactérias maternas seriam capazes de “definir” como o sistema imunológico das crianças se comportaria no futuro.

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Em geral, as crianças nascidas por cesariana apresentaram maior risco de doenças, como diabetes tipo 1, alergias e asma. Entretanto, em grande parte da amostra, as diferenças dos sistemas imunológicos dos participantes se igualaram ao longo do primeiro ano de vida da criança.

Além do método de nascimento, antibióticos e o tempo de amamentação também tiveram impacto na formação do microbioma das crianças.

Os pesquisadores frisam que o microbioma está ligado a diversas doenças, como obesidade, alergias, doença inflamatória intestinal, Parkinson, a eficácias das drogas contra o câncer, depressão e autismo – daí a importância de estudar como o microbioma se forma e se comporta.

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Os autores do trabalho admitem, contudo, que o papel exato da microbiota na vida do recém-nascido ainda não está totalmente claro. A ciência também não sabe ainda quais fatores podem alterá-lo.

(Metrópoles)

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