Simulações feitas no Fugaku, o computador mais rápido do mundo, mostram quais situações são mais arriscadas em lanchonetes e restaurantes
Uma simulação feita no supercomputador japonês Fugaku (considerado o mais rápido do mundo) mostra como o novo coronavírus pode se espalhar em locais de alimentação, como restaurantes e lanchonetes. O vídeo, publicado no canal do YouTube da emissora japonesa Nippon News, mostra como a covid-19 pode ser transmitida por pessoas na mesma mesa.
A primeira simulação feita por pesquisadores da Universidade de Kobe mostra que a forma como as pessoas se sentam nestes locais conta muito para a infecção pelo vírus — quando um indivíduo infectado está sentado na frente de outra pessoa e fala, sem o uso de máscaras de proteção, quatro vezes mais gotículas de saliva são expelidas em comparação a quem está sentado na diagonal do doente. Quem se senta ao lado da pessoa que foi infectada corre mais risco de contrair a doença e está cinco vezes mais exposto do que quem está na frente.
Já a segunda simulação aponta que os níveis de umidade do local podem impactar na forma como as gotículas são transmitidas, uma vez que menos são espalhadas quando a umidade é maior.
Portanto, de acordo com a simulação, é importante que as pessoas usem máscaras em restaurantes fechados e só as retirem no momento da alimentação — evitando ficar sem a proteção durante conversas enquanto a comida não chega.
A descoberta também é importante para que estabelecimentos definam melhor a forma de distanciamento das mesas e como o uso de umidificadores pode ser benéfico em ambientes que não permitem que janelas fiquem abertas.
Desenvolvido pelas empresas Riken e Fujistu, o modelo Fugaku performa em 415,53 petaflops e lidera o ranking Top500. Para efeito de comparação, o antigo líder da lista era o modelo americano Summit, fabricado pela IBM, com capacidade de processamento de 148,6 petaflops.
Com processadores Fujitsu A64F, o Fugaku encerrou a fila e voltou a colocar o Japão no topo do mercado de tecnologia — ao menos neste segmento. A máquina fica instalada na cidade de Kobe, no Instituto Riken, que realiza pesquisas científicas no país, e conta com capacidade de processamento 2,8 vezes maior do que seu rival direto.