A Liga das Escolas no RJ confirmou o adiamento do desfile, marcado para fevereiro. Mais de 30 milhões de brasileiros participam do Carnaval no país
Os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro foram oficialmente adiados. O anúncio foi feito pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) na quinta-feira, 24. O evento estava previsto para fevereiro, mas uma nova data ainda não foi divulgada.
A expectativa é que, com o advento de uma vacina contra a covid-19 e disponibilidade de doses massa para a população, o Carnaval possa ocorrer de forma normal mais tarde em 2021. Outra possibilidade é promover “eventos alternativos”, mas os detalhes ainda vão ser decididos pelas escolas.
Segundo informou a Liesa à revista Veja Rio, uma decisão sobre a nova data ou formato do desfile das escolas deve ocorrer até o fim de janeiro. A possibilidade de o desfile acontecer no meio do ano é controversa porque, dessa forma, o Carnaval coincidiria com outros eventos, como as Olimpíadas de Tóquio — os Jogos Olímpicos, marcados para julho deste ano, também ficaram para o ano que vem.
O desfile das escolas em São Paulo já havia sido adiado pela Prefeitura, conforme anúncio feito em julho. Uma data também não foi definida ainda. A festa de réveillon na avenida Paulista também foi cancelada.
O adiamento das escolas também traz as mesmas reflexões com relação aos blocos de rua, que carregam multidões atrás de trios elétricos e são famosos em cidades da Região Nordeste, além das próprias São Paulo e Rio de Janeiro. Ainda não sabe se haverá uma vacina capaz de imunizar a população em massa de modo a permitir uma aglomeração desse porte ainda no ano que vem.
A economia do Carnaval
O evento é um dos mais lucrativos do ano para alguns setores, do turismo aos comerciantes de rua e grandes empresas de bebidas.
Segundo o Ministério do Turismo, 36 milhões de brasileiros pretendiam participar do Carnaval neste ano, entre viajantes e moradores. No Rio, os blocos e os desfiles das escolas de samba reúnem 7 milhões de pessoas; em Pernambuco, são quase 4 milhões e em Minas Gerais, 5 milhões.
Estimativa da Confederação Nacional do Comércio era de que o Carnaval 2020 tenha gerado 8 bilhões de reais, o melhor desde 2015. Foram contratados ainda 25.000 trabalhadores temporários. O montante diz respeito a brasileiros que viajaram para destinos turísticos não-relacionados à festa e ao comércio gerado pelo Carnaval, como vendas de produtos relacionados.
Em São Paulo, um outro levantamento, da Fecomercio-SP, estimou que o Carnaval na cidade iria movimentar 906 milhões de reais no comércio em 2020, alta de 26% ante 2019. Além dos desfiles, o Carnaval de blocos de rua da cidade ganhou força nos últimos cinco anos e, além de atrair turistas do interior, passou a manter parte dos paulistanos na cidade, movimentando a economia
(Portal Exame)